O jornal francês “Le Parisien” revelou há dias o conteúdo de um memorando de Laurence des Cars, diretor do Museu do Louvre, datado de 13 de janeiro, no qual dava conta da sua extrema preocupação e insatisfação com “o nível preocupante de obsolescência” do museu, e da crescente incapacidade de o mesmo receber adequadamente os milhões de visitantes que ali afluem anualmente – 8,7 milhões só em 2024.
Reagindo ao alerta, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou in loco, tendo como pano de fundo a Mona Lisa – a joia da coroa da coleção do museu e a obra mais visitada – uma grande intervenção estimada em mais de 700 milhões de euros, assim como a criação de uma sala exclusiva para a famosa pintura de Leonardo da Vinci, cujo acesso será independente do museu. Uma solução possível graças à criação de novas salas sob a Cour Carrée, um dos principais pátios do museu.
O presidente francês referiu ainda que, após as obras de requalificação, o Louvre terá como objetivo atrair 12 milhões de visitantes por ano, em comparação com o público atual de cerca de 9 milhões, um aumento projetado de 33%. Em causa estão uma nova entrada e uma série de novos espaços interiores, cujo financiamento será assegurado pelo Louvre Abu Dhabi, mecenas e sponsors, e pelo aumento do preço dos bilhetes dos visitantes oriundos de países extracomunitários.
Milão quer receber Mona Lisa
Francesca Caruso, assessora regional de Cultura da região da Lombardia, Itália, apelou à devolução da famosa pintura – conhecida em Itália como La Gioconda – numa publicação feita nas redes sociais no fim de semana: “Estamos prontos para recebê-la”.
Caruso detalhou numa entrevista ao “The Times”, que o mestre renascentista “representa o génio italiano” e que “Milão seria o local ideal para exibir a obra”, acrescentando que, embora Leonardo da Vinci não fosse oriundo da cidade de Milão, fez dela a sua residência durante 17 anos, a convite de Ludovico Sforza, o Duque de Milão.
O Louvre ocupa uma fortaleza do século XII e entre o seu vasto acervo figuram numerosas obras de arte icónicas, como a Vénus de Milo, Le Radeau de la Méduse de Géricault, a Vitória de Samotrácia ou a recém-restaurada Liberdade Guiando o Povo de Eugène Delacroix. Igualmente icónica, no que à arquitetura diz respeito, é a pirâmide de vidro e metal no pátio principal do museu – projetada pelo arquiteto I. M. Pei, em 1984, uma encomenda do então presidente francês François Mitterrand –, cujo estado de degradação também é mencionado no memorando agora dado a conhecer.
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