O PCP pediu hoje ao Governo que condene “clara e inequivocamente” as declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse querer assumir o controlo da Faixa de Gaza e expulsar os palestinianos daquele enclave.
Em comunicado, o PCP “denuncia e condena firmemente as recentes e graves declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à situação na Palestina e no Médio Oriente, que explicitamente proclamam a expulsão do povo palestiniano da Faixa de Gaza e a ocupação deste território pelos Estados Unidos”.
Para o partido, estas declarações, proferidas no âmbito da visita aos Estados Unidos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, “constituem uma arrogante afirmação dos sinistros projetos que unem o sionismo israelita e o imperialismo norte-americano, visando liquidar a causa nacional palestiniana e impor o seu domínio no Médio Oriente”.
“Tais declarações e os projetos que comportam exigem do Governo português uma clara e inequívoca condenação e posição em defesa dos legítimos e inalienáveis direitos nacionais do povo palestiniano, consagrados no direito internacional, incluindo em inúmeras resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU)”, lê-se no comunicado.
O PCP reafirma ainda a “importância da intensificação da solidariedade para com a heroica luta do povo palestiniano pela criação do seu próprio Estado independente e soberano” e apela à participação mas manifestações em Lisboa e no Porto, no próximo dia 18 de fevereiro, de apelo a um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.
Esta terça-feira, o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, disse que quer que os Estados Unidos assumam o controlo da Faixa de Gaza e reconstruam o território, depois de os palestinianos serem expulsos para outros locais.
Após um encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, em Washington, Trump não excluiu a possibilidade de enviar tropas norte-americanas para apoiar a reconstrução de Gaza e disse que pretende que a ocupação dos Estados Unidos daquele enclave seja de “longo prazo”.
Em reação, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que o plano de Trump para a Faixa de Gaza é uma ideia que “pode mudar a história”.
Questionado sobre estas declarações de Donald Trump, o ministro da Defesa, Nuno Melo, considerou que “não lhe compete comentar” política interna norte-americana e salientou que é “muito relevante perceber que os Estados Unidos são um aliado fundamental da NATO”.
O governante defendeu que o Governo tem que assegurar que Portugal cumpre os seus compromissos com a Aliança Atlântica de maior investimento em Defesa “que permitam maior capacitação das Forças Armadas”.
“O resto são singularidades da política norte-americana que por estes dias vai sendo, a esse propósito, muito rica e animando noticiários”, completou.
Estas declarações de Nuno Melo levaram o BE a pedir a audição urgente do ministro, considerando que são “muito graves”, opinião que foi igualmente partilhada pelo Livre.
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