Além de esbarrar na lei internacional, o plano de Trump de transformar Gaza na “Riviera do Médio Oriente”, expulsando de lá a população local, obrigaria a gastos entre 40 e 80 mil milhões de dólares, um projeto que duraria, no mínimo, uma década e cujo financiamento é uma incógnita. O plano ecoa as vontades da extrema-direita israelita e de Jared Kushner, genro do presidente, e, embora a sua aplicabilidade pareça difícil, sobretudo sem envolvimento militar direto norte-americano, importa perceber quanto custará reparar o enclave.
Mais de 15 meses de bombardeamentos com uma tonelagem superior aos ataques combinados a Dresden, Londres e Hamburgo na II Guerra Mundial deixaram cerca de 69% da infraestrutura de Gaza destruída ou danificada, segundo imagens de satélite examinadas pela ONU, um valor que sobe para 80% se falarmos apenas do norte do enclave. Menos de um quarto das fontes de água potável estão a funcionar e 68% da infraestrutura rodoviária foi destruída.
Só para limpar os escombros, que deverão chegar aos 50 milhões de toneladas, serão precisos até 20 anos e 1,2 mil milhões de dólares (1,16 mil milhões de euros), estimou a ONU em dezembro. Contaminado com amianto, cheio de munições não detonadas e com mais de 10 mil corpos presumidamente ainda nesta destruição, o trabalho requer equipas capacitadas e equipamento pesado – equipamento esse cuja entrada está proibida pelo bloqueio israelita.
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