A construção do túnel entre Algés e a Trafaria já foi discutida entre Inês de Medeiros, presidente da câmara de Almada, e Miguel Pinto Luz. Na altura, o ministro das Infraestruturas não avançou detalhes, confirmou apenas a intenção de manter o projeto que começou a ser pensado pelo anterior governo. “Vai ser preciso fazer mais estudos técnicos e ambientais. Eu disse ao ministro que ficava muito satisfeita pela ideia não ter sido posta na prateleira, como acontece quando mudam os governos. Almada, Lisboa e Oeiras precisam mesmo desta solução.
Para a presidente de Almada, a ligação subterrânea terá de contemplar os automóveis, porque “a ponte 25 de Abril está esgotada há muito tempo”, mas também terá de incluir o transporte ferroviário – metro ligeiro de superfície, já que o subterrâneo é demasiado pesado. Embora com menos carruagens, esta solução, diz Inês de Medeiros, permitirá aproveitar a linha de metropolitano que ligará Almada, Costa da Caparica e Trafaria também através de uma solução de superfície.
Terminados os primeiros estudos e estabilizado o traçado base desta linha do metro, arranca agora a fase que tem como objetivo recolher as sugestões dos munícipes. A universidade Nova, que tem um polo na Caparica, vai produzir um relatório independente sobre estes contributos. As previsões apontam 2029 como o momento em que o metro percorrerá as freguesias do concelho. Quanto ao túnel, o anúncio deve ser feito na próxima semana pelo ministro Pinto Luz, embora não tenha ainda sido excluída a hipótese de esta parte do projeto acontecer apenas mais à frente.
Quando o túnel estiver concluído, os lisboetas poderão ir de metro para as praias da Caparica, uma solução que libertaria a ponte 25 de Abril e reduziria custos e poluição. “O impacto é significativo em diversos pontos. É uma obra fundamental. Finalmente ligaria a CRIL, que deixaria de ser um beco sem saída, à A33.
A economia e as empresas de Almada, que não é um dormitório, ganhariam muito com esta rapidez. Lembro que só temos uma entrada para a autoestrada (A1), o entupimento é terrível. A A5 também seria libertada de trânsito, já que esta ligação, também por transporte público, permitirá levar milhares de pessoas que trabalham em Oeiras e na linha de Sintra. O ministro Pinto Luz, que foi autarca em Cascais, tem essa sensibilidade.”
A presidente de Almada sublinha ainda que as pessoas deixariam de ter de atravessar a cidade para apanhar a Vasco da Gama se quisessem evitar a 25 de Abril. O novo aeroporto na margem Sul também ganhará mais uma solução de travessia.
Na semana passada, Manuel Salgado, ex-vereador de Lisboa, escreveu um artigo de opinião no “Expresso” sobre esta ideia. “Para fechar este anel rodoviário falta apenas atravessar o rio entre Algés e a Trafaria, o que se prevê vir a ser feito em túnel, como foi confirmado pelo Governo, e para o qual, aliás, já existe estudo prévio. Ora, se cerca de 25% do tráfego que circula na 25 de Abril tem origem no eixo Oeiras-Cascais, o que é bem visível nas filas na A5, entre o nó de Belém e a avenida da ponte, a partir das 17h00, é esta ligação que deveria ser a prioridade.”
Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com