Marcelo Rebelo de Sousa assumiu a presidência da República há três anos, a 9 de março de 2016. Foi eleito com mais de 50% dos votos mas há oito meses que a popularidade de Marcelo está em qu eda abrupta. Ainda assim, o chefe de Estado não se mostra preocupado.
No domingo saiu a última sondagem, que dá a Marcelo Rebelo de Sousa, atualmente, 81% de popularidade. “Portanto, acima de 70%, que era a média, a mais fraca das sondagens dava 67,5%. Se isso é queda não é propriamente uma coisa que me cause depressão”, disse enquanto desvalorizava o assunto, em entrevista à TVI.
O Presidente da República admitiu que chegou a sentir o descontentamento da sua família política, por apoiar a geringonça. Este explica que apenas o fez para garantir “a estabilidade política”. Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa acredita que continua a contar com o apoio do centro-direita. “Para as sondagens andarem nos 80% é porque uma fatia muito importante do centro-direita tem um juízo positivo, senão não se chegava lá”, explica o chefe de Estado português.
A popularidade do atual Presidente da República começou a baixar, sendo que começou a registar, segundo uma sondagem do ‘Jornal de Negócios’, valores inferiores ao seu antecessor Cavaco Silva. Esta quebra de popularidade pelo conhecido “presidente dos afetos” também se pode dever à visita ao bairro da Jamaica, no Seixal, onde tirou uma fotografia com o suspeito de ter apedrejado a PSP.
Quando questionado sobre uma possível recandidatura, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que apenas tomará uma decisão “em meados do próximo ano”. Na visita ao Panamá, para participar nas Jornadas Mundiais da Juventude, reconheceu à comunicação social, uma “grande vontade” de se recandidatar a um segundo mandato em 2021.
Na entrevista ao canal televisivo TVI, o Presidente da República mencionou que existem dois fatores que podem influenciar a sua decisão: a saúde e o panorama nacional e internacional. “Se acha que me vou recandidatar é porque, primeiro, acha que estou de boa saúde. Veremos se estou daqui a um ano. E, em segundo lugar, é porque acha que o equilíbrio de forças em Portugal e que o ambiente internacional é semelhante àquele que me levou a candidatar-me em 2016, mas pode ser ou não ser”, referiu o Presidente.
Durante os três anos de mandato, os incêndios de 2017 culminaram no maior momento de tensão entre o Presidente da República e o Governo. Na entrevista, salientou que as suas “leituras” e as de António Costa “não foram coincidentes no tempo sobre a realidade”, ao mesmo tempo que acusou o Governo de estar desligado da realidade, quando morreram mais de 100 cidadãos portugueses.
O chefe de Estado afirmou que percebeu que os portugueses olhavam para o poder político e sentiam que ele estava deslocado da realidade. “Eles não estão a perceber que não podem morrer impunemente mais de 100 pessoas e não haver uma mudança de vida”, sustentou na entrevista.
O Presidente da República garantiu ainda que, caso a tragédia de junho de 2017 se tivesse repetido, depois das medidas que foram tomadas, teria dissolvido a Assembleia da República. “Foi a única circunstância que me levou a dizer aquilo, que traduzido em miúdos, significa que se no ano seguinte, houvesse uma situação idêntica haveria dissolução do Parlamento”, sublinhou.
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