[weglot_switcher]

Europeus no Conselho de Segurança da ONU defendem plano para Gaza sem Hamas

Os cinco membros europeus do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) defenderam que qualquer plano para a reconstrução de Gaza “não deve dar nenhum papel ao Hamas” e deve “garantir a segurança de Israel sem deslocar os palestinianos”. Os cinco países — Reino Unido, França, Grécia, Dinamarca e Eslovénia — leram uma […]
6 Março 2025, 08h04

Os cinco membros europeus do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) defenderam que qualquer plano para a reconstrução de Gaza “não deve dar nenhum papel ao Hamas” e deve “garantir a segurança de Israel sem deslocar os palestinianos”.

Os cinco países — Reino Unido, França, Grécia, Dinamarca e Eslovénia — leram uma declaração conjunta, que aparenta ser uma resposta a um plano apresentado pelo Egito na terça-feira numa cimeira árabe sobre a reconstrução do enclave palestiniano.

O plano egípcio praticamente ignorou o papel futuro do Hamas — atualmente o movimento mais amplamente estabelecido na faixa de Gaza, muito à frente de qualquer outro grupo — e apenas referiu os “obstáculos” impostos pelos grupos militantes que lutam contra Israel no território.

A leitura da declaração “europeia” foi vista como um esclarecimento que deixa claro que o grupo islamita palestiniano Hamas deve ser excluído e que os territórios palestinianos de Gaza e da Cisjordânia devem permanecer “unidos sob a Autoridade Palestiniana”.

Os membros europeus apelaram ainda a “Israel para cumprir com as suas obrigações sob o direito internacional e permitir e facilitar a entrega segura, incondicional, massiva e desimpedida de ajuda humanitária em escala”.

“A entrega de ajuda humanitária a civis necessitados não é negociável, de acordo com o direito humanitário internacional”, sublinharam.

A configuração política de Gaza após a sua reconstrução é uma questão complexa: no momento, é o Hamas que está a negociar com Israel para continuar o cessar-fogo, mas tanto Israel quanto os Estados Unidos descartaram completamente qualquer papel para o grupo no futuro.

Até mesmo o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, ponderou a forma de abordar o papel que o Hamas deveria desempenhar: por um lado, disse que “os palestinianos devem escolher quem os governa” e que “eles têm o direito de viver numa democracia”, mas acrescentou que, “neste momento, a estrutura é a Autoridade Palestiniana como representante legítima”.

A ONU mantém contactos regulares com o Hamas em nível operacional para realizar o seu trabalho de assistência — hospitais, escolas e ajuda humanitária — em Gaza, mas a Autoridade Palestiniana, dominada pelo movimento Fatah e onde o Hamas não está representado, é quem ocupa o lugar da Palestina nas Nações Unidas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.