O governo de Donald Trump está a planear revogar o estatuto legal temporário de cerca de 240 mil ucranianos que fugiram do conflito com a Rússia, colocando-os numa situação de ilegalidade e, por isso, de potencial deportação. A medida, esperada para abril, seria uma reversão surpreendente da receção que os ucranianos receberam durante o governo do presidente Joe Biden e segue em linha com a crescente animosidade entre Washington e Kiev. Mas, segundo a imprensa norte-americana, a reversão já estava em andamento antes de Trump e Volodymyr Zelensky terem protagonizado, na semana passada, o entristecedor episódio na Sala Oval.
A decisão é parte de um esforço mais alargado da administração Trump para retirar o estatuto legal a mais de 1,8 milhões de imigrantes autorizados a entrar nos Estados Unidos sob o benefício de programas temporários de iniciativa humanitária lançados por Joe Biden e que Trump se tem ocupado em desfazer. Genericamente, a administração prepara-se para tornar ilegais cerca de 530 mil cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos e 70 afegãos ainda este mês. Os programas de Biden faziam parte de um esforço para criar caminhos legais temporários e impedir a imigração ilegal. A antiga candidata democrata às eleições Kamala Harris, derrotada por Trump, era a responsável direta por estes programas. O facto deter sido derrotada, dizem os analistas, evidencia a Trump que os norte-americanos o apoiam na revogação do que foi feito pela anterior administração.
Valerii Zaluzhnyi, ex-comandante-chefe da Ucrânia e atual embaixador no Reino Unido, afirmou que os Estados Unidos estão a destruir a ordem mundial: “Vemos que não é apenas o eixo do mal e a Rússia a tentarem rever a ordem mundial”.
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