De acordo com o mais recente relatório do ComparaJá.pt, referente a fevereiro de 2025, 72,8% dos consumidores que contrataram um novo serviço de energia optaram por tarifas apenas de eletricidade, enquanto os contratos duais, que incluem também o gás, representaram apenas 25,04% das novas adesões.
O aumento dos preços, com algumas empresas a anunciarem subidas de até 12% no gás natural, tem impulsionado esta mudança de comportamento, com os consumidores a procurarem cada vez mais soluções para reduzir os custos. “As tarifas indexadas tornaram-se menos atrativas devido às constantes flutuações no mercado grossista de energia, levando muitas famílias a preferirem tarifas fixas para garantir previsibilidade na fatura”, explica José Trovão, Diretor de Energia do ComparaJá.pt.
O estudo revela ainda que 92,97% dos consumidores que recorreram à plataforma ComparaJá.pt optaram por tarifas simples, enquanto as tarifas bi-horárias foram escolhidas por apenas 6,98%. As tarifas tri-horárias, que permitem um ajuste mais detalhado ao consumo ao longo do dia, representam apenas 0,05% dos contratos.
“A maioria dos consumidores opta pela simplicidade e previsibilidade. Embora as tarifas bi-horárias possam gerar poupanças para quem tem um consumo mais concentrado em determinados períodos, a adesão ainda é baixa”, refere José Trovão.
A necessidade de reduzir custos tem levado a um aumento significativo na troca de fornecedores de energia. Lisboa e Porto concentram o maior volume de mudanças de contrato, representando, respetivamente, 26,63% e 17,95% das novas subscrições. Outras regiões com elevada adesão à troca de fornecedor incluem Setúbal (10,72%), Aveiro (7,07%) e Braga (6,75%).
“Estamos a assistir a uma maior consciência financeira por parte dos consumidores, que percebem que mudar de fornecedor pode trazer vantagens consideráveis. Em muitos casos, a diferença entre a tarifa mais cara e a mais barata pode ultrapassar os 20% na fatura mensal”, sublinha José Trovão.
O relatório apresenta simulações que demonstram o impacto da escolha do fornecedor no orçamento familiar. Para um casal sem filhos, com um consumo médio de 160 kWh/mês e uma potência contratada de 3,45 kVA, a oferta mais barata identificada custa 34,33 euros mensais, enquanto a mais cara atinge os 56,56 euros – uma diferença superior a 22 euros por mês.
Fonte: https://www.comparaja.pt/energia/eletricidade
Para uma família com dois filhos e um consumo de 400 kWh/mês, os valores variam entre 71,08 euros e 87,66 euros. Já para uma família numerosa, com um consumo de 908 kWh/mês, a diferença entre a tarifa mais barata e a mais cara chega a 82,83 euros mensais.
“Estes valores mostram que uma simples mudança de fornecedor pode representar uma poupança anual significativa. Para garantir a melhor escolha, os consumidores devem recorrer a plataformas de comparação, que permitem analisar todas as ofertas disponíveis e encontrar a que melhor se adapta às suas necessidades”, alerta José Trovão.
Num mercado altamente volátil, os especialistas recomendam que os consumidores revisitem regularmente os seus contratos de eletricidade e gás natural. Com ajustes tarifários frequentes por parte dos fornecedores, a opção mais vantajosa hoje pode não ser a melhor dentro de alguns meses.
“Com as constantes mudanças no setor energético, é essencial que os consumidores não se acomodem a um único contrato. Fazer comparações regulares e estar atento às variações do mercado pode fazer toda a diferença na gestão do orçamento familiar”, conclui José Trovão.
Com os preços da eletricidade e do gás em constante oscilação, o desafio dos consumidores passa por encontrar um equilíbrio entre previsibilidade e poupança. A revisão periódica das tarifas e a análise das diferentes ofertas do mercado são essenciais para garantir que se paga apenas o necessário pela energia consumida.
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