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O Gosto pelo Trabalho é a principal atração para os colaboradores

Na sua 9.ª edição o, agora People Engagement Survey, desenvolvido pela Cegoc, traz novos dados sobre os aspetos organizacionais que os colaboradores mais valorizam e informação muito relevante para a tomada de decisão em prol de objetivos no âmbito da retenção ou atração de talentos, bem como na melhoria da produtividade. A Gala na qual serão apresentadas todas as conclusões do Estudo terá lugar a 26 de março e, nesta entrevista, o Head of People & Culture Consulting Gonçalo de Salis Amaral avança com algumas revelações.
14 Março 2025, 07h27

Quais os objetivos com o rebranding, para People Engagement Survey?

O grande objetivo de rebranding desta iniciativa é a sua internacionalização, cuja marca até agora era Índice da Excelência. A ser traduzida para outros idiomas, não iria funcionar tão bem como em Portugal, pois seria associada, sobretudo, a temas de excelência operacional e não tanto ao nosso âmbito e propósito, que é a gestão de pessoas e o seu envolvimento e compromisso com a organização.

Houve, ou poderá haver, ajustes na plataforma para corresponder aos mercados internacionais?

Em termos da metodologia em si, dimensões de análise e cálculos dos resultados, não temos feito, nos processos que já implementámos em mercados, como o Brasil, México, Reino Unido, Espanha, França e até Angola, qualquer ajuste, pois estamos a usar uma metodologia comprovada assente no nível de envolvimento das pessoas com as organizações. No entanto, assumimos a necessidade de alguns ajustes em termos de wording e nomenclaturas a utilizar, bem como em aspetos que se  relacionem com a cultura local.

Qual é a metodologia do Estudo e como é a dinâmica de colaboração, ou da parceria, com o ISCTE?

A metodologia tem sido a mesma ao longo destes nove anos, ou seja, qualquer organização com mais de 10 colaboradores poderá participar, bastando para o efeito fazer a sua inscrição via site https://peopleengagementsurvey.com/.

Após a inscrição, a equipa que desenvolve o estudo entra em contacto com o interlocutor da organização para alinhar os mais variados aspetos, como seja o Plano de Comunicação e os acessos e suporte ao longo do período de preenchimento. Garantimos sempre a total confidencialidade, quer da participação da empresa em causa, quer das respostas dos colaboradores. Chegando ao final do ano, começamos a trabalhar nos dados para cálculo do benchmark, assim como nos resultados de cada organização participante.

É aqui que entra o ISCTE, para, em colaboração connosco, proceder e validar os cálculos dos benchmarks.  É importante referir que o tema da confidencialidade é gerido por nós com tal relevância, que nem o ISCTE sabe quem são as organizações em análise até que o ranking seja estabelecido e posteriormente comunicado. A elaboração dos relatórios é feita de acordo com as solicitações manifestadas aquando da inscrição, ou seja, todas as organizações têm acesso de forma gratuita ao seu relatório de Posicionamento Global. Relatórios com níveis mais detalhados e desagregados da informação já terão um investimento associado.

De referir que todos os anos os questionários são revistos com o ISCTE à luz do contexto social e de mercado, por forma a poder ajustá-los para contemplar eventuais variáveis ou componentes novas, mantendo sempre a capacidade de comparabilidade face a anos anteriores.

O estudo é feito junto de que níveis de carreira?

Este tipo de estudo necessita da opinião de todos e não apenas de determinados grupos ou amostragem, para que seja representativo do todo e evitar a visão especifica de determinados grupos.

Sendo o estudo de referência em Portugal sobre o envolvimento, satisfação e desempenho das organizações, que principais conclusões se podem retirar?

 Ao longo dos anos temos tido informação muito relevante. Esta poderá — e deverá — ser trabalhada pelos líderes, pois permite suportar a tomada de decisão em prol de objetivos muito claros, sejam eles no âmbito da retenção ou atração de talentos, ou mesmo na melhoria da produtividade.

Globalmente, verificamos que o nível de satisfação dos colaboradores subiu, mesmo durante a pandemia. E esta satisfação é maior nas pequenas e médias organizações do que nas grandes, onde a proximidade com o individuo tende a ser menor. Sabemos também que as temáticas com valores mais baixos e que impactam muito o envolvimento e compromisso dos colaboradores estão relacionadas com a Compensação & Benefícios, igualmente ao nível do bem-estar e de toda a dimensão de Gestão de Pessoas, que voltou a melhorar nesta última edição, mas continua a ser a dimensão com valores mais baixos relativamente às demais. Identificámos, ainda, que o Gosto pelo Trabalho continua a ser a principal razão para as pessoas se manterem nas organizações, seguido pela Segurança do Emprego.

Por fim, assiste-se a um reforço de solicitações dos colaboradores por revisões e melhorias dos temas alusivos, mais uma vez, à Compensação & Benefícios, bem como no que se refere à Gestão de Carreiras e Formação. Este ano temos dados novos sobre a coesão de equipa e o isolamento social, que também impactam diretamente no nível de bem-estar.

Qual o feedback das empresas participantes?

O feedback tem sido muito positivo. A grande maioria partilhada por CEO e Líderes de Gestão de Pessoas, com foco na relevância de objetivar e confirmar ou desmistificar perceções, bem como no suporte à tomada de decisão que resulte numa maior produtividade, mobilização e atração de talento. Este tipo de análise é realizado de forma cada vez mais regular, para que as organizações e as suas lideranças tenham informação concreta sobre o progresso e os impactos das medidas implementadas. Mas também para antecipar ou endereçar eventuais riscos de saída e não atuação em temáticas que se manifestaram como críticas.

De que forma estas retiram ensinamentos do estudo? (Pode dar exemplos de medidas/políticas que as empresas já adotaram com base nestes insights?)

O acesso a ensinamentos ou alertas que condicionam a tomada de decisão é claro. Por exemplo: concluiu-se que nem era tanto o tema da Compensação & Benefícios que estava a levar ao aumento do turnover, mas outras temáticas, como as práticas de liderança ou de comunicação e progressão de carreira. Isso levou os líderes a focarem os seus esforços na melhoria dessas práticas. Também a necessidade de melhorar o processo de onboarding em prol de um melhor time-to-proficiency ou o ajuste da oferta formativa para algo mais ao encontro das necessidades, são exemplos a destacar.

Estes são apenas alguns dos aspetos identificados pelo Estudo, com o intuito de trabalhar e melhorar, ou evitar, em benefício da produtividade, mobilização e atração de talento.

Existe outro estudo deste tipo em Portugal que seja tão completo e permita a criação de estratégias e medidas baseadas na realidade?

No mercado existem outros estudos similares. No entanto, que combine uma metodologia e benchmark tão robustos e comprovados, assim como o suporte total em todo o processo, penso que o People Engagement Survey é único. Sobretudo, agora, com a componente internacional, onde já fazemos comparações dentro de um determinado mercado e, pouco a pouco, entre mercados de setores específicos de atividade, o que é um plus muito valorizado.

Notam-se muitas diferenças no envolvimento entre organizações e colaboradores desde a primeira edição do PES há 9 anos?

Ao longo dos anos temos visto alterações do nível de envolvimento, como o constante aumento até ao final da pandemia, com posterior baixa nos últimos dois anos e retorno ao crescimento nesta 9ª edição de 2024. Também a necessidade de se apostar mais nas componentes de Gestão de Pessoas ou nos fatores de retenção demonstram as preocupações globais dos colaboradores e respetivas necessidades. E as questões que são introduzidas anualmente de acordo com o contexto revelam a relevância dos mesmos para o nível de envolvimento, compromisso e Bem-estar.

Em breve, terá lugar a Gala de apresentação do estudo deste ano. Quais as expectativas?

Este ano, a Gala terá um formato ajustado, no qual partilharemos os resultados globais, sendo esta uma excelente oportunidade para que se explorem novos alertas. Também abordaremos uma temática mais recente e impactante, além da revelação das organizações premiadas.

Quem será convidado?

Convidamos sempre todas as entidades que participaram no estudo nas várias edições, tenham sido premiadas ou não. Embora a organização do evento implique um número limitado de pessoas a comparecer face às exigências de gestão logística do evento.

 

Na Gala deste ano serão revelados dados novos sobre a coesão de equipa e o isolamento social.

 

Este conteúdo foi produzido em parceria com a Cegoc.

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