A oferta do presidente russo Vladimir Putin às tropas ucranianas na área de Kursk para deporem as armas ainda está de pé, mas o tempo está a esgotar-se, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à TASS. “Ainda está em vigor”, mas “o tempo deles está a encolher”. Numa reunião operacional com os membros permanentes do Conselho de Segurança Russo, o presidente russo, Vladimir Putin, garantiu às tropas ucranianas instaladas na região russa de Kursk vida e tratamento decente se depusessem as armas e se rendessem.
Entretanto, a mesma fonte adianta que as forças armadas russas libertaram as cidades de Rubanshchina e Zaoleshenka na região de Kursk, já este fim-de-semana, citando o Ministério da Defesa.
O ministério garante que as forças armadas ucranianas perderam mais de 67.600 militares no total durante os combates na região de Kursk, incluindo 220 nos últimos dias. “Ao longo do dia, as perdas ucranianas somaram mais de 220 militares, um tanque, um veículo de combate de infantaria, um veículo blindado de combate, quatro veículos, duas peças de artilharia, dois morteiros, bem como um posto de controlo de drones e um depósito de munição”, dizia um comunicado oficial.
No total, durante os combates na área de Kursk, “o inimigo perdeu mais de 67.630 militares, bem como 393 tanques, 317 veículos de combate de infantaria, 283 veículos blindados de transporte de pessoal, 2.199 veículos blindados de combate, 2.437 veículos, 555 peças de artilharia, 52 lançadores múltiplos de foguetes, incluindo 13 HIMARS e sete MLRS, 120 estações de guerra eletrónica, 16 radares de contrabateria, dez radares de defesa aérea, 56 unidades de engenharia e outros equipamentos, incluindo 23 veículos de demolição de engenharia, uma unidade de desminagem UR-77, bem como 15 veículos blindados de recuperação e um veículo de comando e controlo”.
O ministério disse ainda que as forças armadas russas atingiram a infraestrutura de um aeródromo militar ucraniano e instalações de energia que fornecem o complexo militar-industrial ucraniano. “As Forças Armadas Russas atingiram a infraestrutura do campo de aviação militar da Ucrânia, oficinas de produção de drones, armazéns de munição e logística, instalações de energia que garantem o trabalho do complexo militar-industrial ucraniano”, disse o ministério, acrescentando que as Forças Aeroespaciais Russas abateram um jato MiG-29 da Força Aérea Ucraniana. De acordo com o ministério, as defesas aéreas russas inutilizaram sete bombas JDAM, três foguetes HIMARS e 170 drones ucranianos de asa fixa.
Entretanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, emitiu um decreto este sábado criando uma nova delegação para negociações internacionais de paz. A delegação será liderada por Andriy Yermak, chefe do gabinete de Zelensky, diz o decreto publicado no site do presidente. Outros membros incluem o ministro das Relações Exteriores Andriy Sybiha, e o ministro da Defesa Rustem Umerov.
De acordo com o decreto, Yermak, como chefe da delegação, tem autoridade para modificar a sua composição com a aprovação do ministro das Relações Exteriores. Pode também acrescentar à delegação oficiais do governo, especialistas e conselheiros.
Yermak, Sybiha e Umerov fizeram parte da delegação que negociou o acordo com representantes dos EUA em Jeddah, na Arábia Saudita, para um cessar-fogo de 30 dias.
Depois de uma delegação dos EUA ter estado em Moscovo na semana passada, Putin disse que estava aberto a um acordo de cessar-fogo, mas listou uma série de exigências à Ucrânia que efetivamente subjugariam o país, segundo a ótica de Kiev. Após as negociações em Moscovo, o presidente Donald Trump disse que “os EUA receberam ‘algumas notícias muito boas’ sobre o cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia, sem fornecer detalhes.
Os jornais ucranianos, nomeadamente o ‘Kyiv Independent’, recordam que Yermak é um poderoso chefe de gabinete que atraiu críticas por acumular poder e influência sem precedentes dentro do do aparelho governamental de Zelensky. Ex-produtor de televisão, tornou-se chefe de gabinete de Zelensky em 2020.
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