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Catawiki com vendas recorde de lingotes de ouro em contexto de incerteza

Num contexto de incerteza económica e tensões geopolíticas, o investimento em metais preciosos está a disparar. A Catawiki, plataforma de leilões online líder na Europa, regista um crescimento histórico na venda de lingotes (metais preciosos, como o ouro e a prata, que se encontram em barras ou moedas), com as vendas em Portugal a subirem 110% em 2024 face ao ano anterior.
ouro
Cerca de 49% do ouro português está noutros bancos centrais estrangeiros
17 Março 2025, 17h10

Num contexto de incerteza económica e tensões geopolíticas, o investimento em metais preciosos está a disparar. A Catawiki, plataforma de leilões online líder na Europa, regista um crescimento histórico na venda de lingotes (metais preciosos, como o ouro e a prata, que se encontram em barras ou moedas), com as vendas em Portugal a subirem 110% em 2024 face ao ano anterior.

A plataforma diz que a tendência manteve-se nos primeiros dois meses de 2025, com um crescimento adicional de 23% relativamente ao período homólogo do ano anterior. “Entre os itens mais notáveis vendidos estão um quilograma de prata com certificado vendido por 1.350 euros, uma Barra de Ouro fino de 20 gramas por 1.750 euros, e outra barra de 20 gramas de ouro com certificado por 1.800 euros”, revela a Catawiki.

Globalmente, 2024 já tinha sido um ano recorde para a Catawiki, com um aumento de 80% na venda de lingotes face a 2023. Relativamente ao mercado português, a procura de lingotes está acima da média, com um crescimento de 110% em 2024, segundo dados da Catawiki.

A empresa dá exemplos: “o ouro, que em 2023 se situava nos 6.200 euros por 100g, subiu para 8.900 euros em 2024 e agora ronda os 10.000 euros (9.700 euros). A prata acompanha esta trajetória, com o preço por quilograma a passar de 1.000 euros em 2023 para 1.200 euros em 2024 e a atingir os 1.350 euros em 2025”.

“Com a intensificação da volatilidade económica, os investidores estão a recorrer a objetos especiais como os lingotes como uma proteção contra a incerteza”, diz Ugo Leca, especialista na categoria de lingotes da Catawiki. “O aumento dos preços também não é uma surpresa – o que se verifica na Catawiki reflete a tendência mais ampla nos mercados globais”.

Ouro ultrapassa a barreira dos 3.000 dólares/onça

Diego Franzin, diretor de estratégia de carteiras da Plenisfer Investments, parte da Generali Investments, comentou hoje que “o ouro continua a sua progressão e, tal como na semana passada, ultrapassou mais uma vez o nível dos 3.000 dólares por onça, o seu máximo histórico sem ajustamento inflacionário”.

“Não há sinais de abrandamento desta recuperação do seu preço, considerando que o seu papel como ativo de refúgio face à volatilidade do mercado parece mais do que assegurado”, acrescenta.

Na sexta-feira a corretora XTB comentava que os preços do ouro atingiram novos máximos históricos à medida que os investidores procuram ativos de refúgio perante a escalada das tensões geopolíticas e comerciais.

Segundo a XTB, vários fatores têm contribuído para esta valorização, criando o que os analistas designam como uma “tempestade perfeita” para os metais preciosos.

A corretora explicava que o Irão tem vindo a aumentar significativamente as suas reservas de ouro como medida de proteção contra a instabilidade económica e as sanções impostas pelos EUA.

O presidente do Banco Central iraniano, Mohammad Reza Farzin, revelou que 20% das reservas de divisas do país foram convertidas em ouro, refletindo uma estratégia para reduzir a exposição ao dólar americano e reforçar ativos com valor intrínseco para o comércio internacional. Este movimento ocorre num contexto de renovada pressão económica sobre Teerão, impulsionada pela política de “pressão máxima” da administração Trump.

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