Madeira: Líder do CDS-PP vai assumir no Governo áreas como o comércio e as empresas tecnológicas

O líder do CDS-PP Madeira, José Manuel Rodrigues, revelou, durante uma entrevista à RTP Madeira depois de fechado o acordo de Governo e parlamentar com o PSD na terça-feira, quais serão as suas funções no novo Governo Regional da Madeira e as suas prioridades enquanto governante.

José Manuel Rodrigues confirmou ao canal televisivo que vai ter a seu cargo áreas como o comércio, a indústria, as empresas tecnológicas, as startups, os transportes marítimos, um novo pacote de fundos europeus, e também o Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR).

Relativamente a opções governativas, José Manuel Rodrigues disse em entrevista à RTP Madeira que pretende  “reduzir impostos como o IRS e o IVA e valorizar os salários”.

O líder centrista disse ainda ao canal televisivo que para existir melhores salários é preciso “ter empresas mais competitivas e mais produtivas” e “atrair investimento estrangeiro para criar emprego mais qualificado e mais bem pago”.

Nesta entrevista, José Manuel Rodrigues disse ainda que a Madeira tem o desafio da “falta de mão-de-obra”, pelo que a Região tem de “ser seletiva e saber quais são as suas necessidades” de modo a que se tenha “uma emigração que seja regulada, para ser bem integrada e bem acolhida”.

José Manuel Rodrigues disse ainda que a Região tem de combater a taxa de inflação e sugeriu que uma das fórmulas passa pela introdução de mais concorrência no mercado, dando como exemplo a atração para a Região de novas grandes superfícies alimentares. Outro dos assuntos que o centrista quer ver resolvido é a abertura do concurso da linha marítima entre a Madeira e o território continental, o chamado ferry.

Questionado sobre o motivo de ter decido integrar o Governo em vez de ficar com a Presidência do Parlamento, cargo que ocupa desde 2019, José Manuel Rodrigues referiu que esteve relacionado com o resultado obtido pelo CDS-PP nas eleições regionais de 23 de março.

“Ter um deputado não faz sentido ser Presidente do Parlamento”, disse o líder do CDS-PP Madeira, José Manuel Rodrigues.

Acordo marca regresso do CDS-PP ao Governo

O acordo entre PSD e CDS-PP marca o regresso do CDS-PP ao executivo madeirense.

Recorde-se que os centristas estiveram no Governo Regional, após as regionais de setembro de 2019, na sequência de um entendimento entre PSD e CDS-PP que assegurou maioria absoluta no Parlamento. Ambos os partidos concorreram juntos em setembro de 2023, num ato eleitoral vencido por esta coligação com 23 deputados, ficando a um da maioria absoluta. PSD chegou a acordo com o PAN para assegurar maioria.

As investigações judiciais de janeiro de 2024 acabaram por derrubar o executivo e colocar fim à coligação de Governo entre PSD e CDS-PP. Nas eleições de maio de 2024, PSD e CDS-PP concorreram separados. O PSD acabou vencedor e após esse ato eleitoral sociais-democratas e centristas chegaram a um entendimento parlamentar, com o PSD a governar em minoria no Parlamento.

Refira-se que nos vários executivos nos quais o CDS-PP tomou parte assumiu pastas como as da Economia, do Mar e das Pescas. O na altura líder do CDS-PP, Rui Barreto, assumiu a pasta da Economia enquanto que o secretário-geral Teófilo Cunha, foi o secretário regional do Mar e Pescas. Com a saída de Teófilo Cunha do executivo Rui Barreto assumiu as suas pastas.

Representante recebe os partidos na sexta-feira

Na sexta-feira o Representante da República, Ireneu Barreto, recebe os partidos que têm assento parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira.

O acordo assinado entre PSD e CDS-PP será apresentado a Ireneu Barreto na sexta-feira, pelo que Ireneu Barreto vai chamar Miguel Albuquerque para que este forme Governo.

PSD venceu eleições e ficou a um deputado da maioria absoluta

O PSD venceu as eleições na Região Autónoma da Madeira, de domingo (23 de março), ao obter 43,4% dos votos, elegendo 23 deputados, e ficando a um deputado da maioria absoluta, de acordo com os resultados da plataforma do Ministério da Administração Interna (MAI).

Os sociais-democratas subiram o número de mandatos de 19 para 23 deputados face às últimas regionais realizadas em maio de 2024, e reforçou a sua votação de 36,1% para os 43,3%.

Seguiu-se o Juntos Pelo Povo (JPP) que passou de nove para 11 deputados, com a votação a crescer de 16,8% para 21%, enquanto que o PS passou de 11 para oito deputados e viu os votos reduzirem-se de 21,3% para 15,6%.

O Chega passou de quatro para três deputados e os votos caíram de 9,2% para 5,4%, enquanto que o CDS-PP passou de dois para um deputado e os votos desceram de 3,9% para 3%.

A Iniciativa Liberal (IL) manteve o deputado mas viu a sua votação recuar de 2,5% para 2,1% e o PAN perdeu a representação parlamentar.

A taxa de votação foi de 55,9% ficando acima dos 53,4% das eleições de maio de 2024.