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Eleições em Moçambique: Manifestações geraram prejuízos de 456 milhões e 50 mil desempregados

“Durante as manifestações violentas, realizado até agora, foram destruídos mais de 955 estabelecimentos económicos e sociais, o que levou ao desemprego cerca de 50 mil pessoas, um número que poderá vir ainda a aumentar. Em termos de custo para a nossa economia, esta situação gerou um prejuízo calculado em cerca de 32,2 mil milhões de meticais [452,2 milhões de euros]”, disse a primeira-ministra, Maria Benvinda Levi, no parlamento, onde o Governo presta hoje e quinta-feira informações aos deputados.
epa11826051 Mozambique’s President-elect Daniel Chapo holds a flag of the Presidential Pavilion during his inauguration ceremony as Mozambique’s fifth president at Independence Square in Maputo, Mozambique, 15 January 2025. On 23 December, Chapo, 48, was declared the winner of the presidential election by the Constitutional Council (CC) with 65 percent of the vote in the general elections held on 9 October, which included legislative and provincial assembly elections also won by Frelimo. EPA/LUISA NHANTUMBO
9 Abril 2025, 16h12

Quase mil estabelecimentos comerciais e espaços sociais foram vandalizadas e destruídas nos protestos pós-eleitorais em Moçambique, causando 50 mil desempregados e prejuízos de 456 milhões de euros, segundo o Governo.

“Durante as manifestações violentas, realizado até agora, foram destruídos mais de 955 estabelecimentos económicos e sociais, o que levou ao desemprego cerca de 50 mil pessoas, um número que poderá vir ainda a aumentar. Em termos de custo para a nossa economia, esta situação gerou um prejuízo calculado em cerca de 32,2 mil milhões de meticais [452,2 milhões de euros]”, disse a primeira-ministra, Maria Benvinda Levi, no parlamento, onde o Governo presta hoje e quinta-feira informações aos deputados.

A responsável disse ainda que as vandalizações e destruições de propriedades privadas afetaram a economia do país, para além de limitar a circulação de pessoas e bens, indicando que o Governo está a aplicar ações para a recuperação da economia.

“Devido às manifestações violentas pós-eleitorais, a nossa economia registou no quatro trimestre de 2024 uma contração em menos 4,87% contrariando a tendência de crescimento que vinha registando no primeiro, segundo e terceiro trimestres, que se situou na ordem de 3,2%, 4,5% e 3,68% respetivamente”, acrescentou a primeira-ministra moçambicana.

A governante admitiu também que a economia nacional foi severamente afetada pela época das chuvas, sobretudo com a ocorrência de três ciclones, entre dezembro e março, destruindo bens e matando pessoas.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Pelo menos 310 pessoas morreram, 1.255 ficaram feridas e quase 1,9 milhões foram afetadas desde o início da presente época chuvosa com a ocorrência de três ciclones em Moçambique, anunciou terça-feira o Governo.

“Nesta época chuvosa em termos cumulativos temos a destacar que foram afetadas 1.838.235 pessoas, sendo de lamentar o óbito de 310 e de 1.255 pessoas feridas, entre outros danos materiais avultados”, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, em declarações à imprensa no final da reunião semanal daquele órgão, em Maputo.

Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que, além do Chido, que atingiu o país em 14 de dezembro, registou ainda os ciclones Dikeledi, em 13 de janeiro, e Jude, em 10 de março, totalizando estes três cerca de 170 mortos.

O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique através do distrito de Mossuril, tendo feito, pelo menos, 43 mortos, dos quais 41 em Nampula, afetando ainda Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.

A última atualização do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) apontava para, pelo menos, 384.877 afetados.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

Desde outubro, 388 pessoas morreram, segundo o mais recente balanço da Plataforma Decide, uma organização não-governamental moçambicana que acompanha os processos eleitorais.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as

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