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Angola usa 200 milhões de dólares para responder à margin call do empréstimo do JP Morgan

A Bloomberg noticia que Angola usou cerca de 200 milhões de dólares como garantia adicional para um empréstimo de mil milhões do JPMorgan Chase & Co. depois de os títulos em dólares do país produtor de petróleo terem caído juntamente com os preços do petróleo bruto no início desta semana. Mas agora teve de os usar para responder à margin call.
Presidência da República – Angola | Facebook
12 Abril 2025, 18h53

Angola usou 200 milhões de dólares para responder à chamada de margem (margin call) do empréstimo do JPMorgan, noticiou esta sexta-feira a Bloomberg.

“Os 200 milhões de dólares foram utilizados para responder a uma chamada de margem no empréstimo do JPMorgan”, uma vez que a turbulência do mercado atingiu os títulos, disse o Ministério das Finanças angolano citado pela Bloomberg.

Angola tinha utilizado 200 milhões de dólares como garantia adicional para um empréstimo de mil milhões de dólares do JPMorgan Chase & Co. depois de os seus títulos em dólares terem caído juntamente com os preços do petróleo bruto.

Esses mesmos 200 milhões de dólares foram agora utilizados para responder a uma margin call no empréstimo do JPMorgan Chase & Co. devido à turbulência do mercado que afetava os títulos.

O país do sul de África emitiu em Dezembro e Janeiro cerca de 2 mil milhões de dólares em obrigações como garantia de um empréstimo de mil milhões de dólares do JPMorgan.

“O cenário atual afetou os mercados de commodities e eurobonds nos mercados emergentes, incluindo o nível de negociação de eurobonds angolanos, tendo desencadeado uma chamada de margem”, referiu num comunicado o Governo.

“Angola cumpriu a sua obrigação em tempo útil e em dinheiro”, acrescentou no comunicado.

Margin call é uma medida de proteção que ajuda os investidores a gerirem o seu risco e a evitarem perdas adicionais. Mas também ajuda a instituição contra perdas pronunciadas, neste caso o JP Morgan.

Por definição é quando o corretor pede ao cliente que transfira capital para restabelecer os rácios combinados ou, se não puder, que venda os títulos.

Os títulos em dólares angolanos foram fortemente atingidos depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado tarifas abrangentes na semana passada e ter suspendido algumas delas apenas algumas horas após terem entrado em vigor. A medida abalou os mercados e levou a uma queda dos preços do petróleo.

O Fundo Monetário Internacional estima que Angola enfrenta uma perda de receitas de 152 milhões de dólares por cada 1 dólar que o preço do petróleo desça abaixo da média de 70 dólares por barril estimada pelas autoridades para 2025. O petróleo Brent estava a ser negociado a 64,13 dólares ontem.

Embora a situação actual seja desafiante e exija cautela, a trajectória da dívida de Angola continua “sólida e num caminho de estabilidade”, afirmou o ministério angolano.

Angola está à espera que as condições de mercado melhorem antes de emitir o seu primeiro eurobond em três anos, disse Dorivaldo Teixeira, chefe da unidade de gestão da dívida do país, numa entrevista a 1 de Abril, citado pela Bloomberg.

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