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Subida dos preços da luz? Impacto fica pelos 0,7% na fatura da eletricidade

O plano de investimento da E-Redes vai ter um impacto de 0,7% na fatura da luz. Plano de 1,6 mil milhões é o resultado de muitos anos a limitar os investimentos, levando a rede a ficar desatualizada e a necessitar agora de mais investimento.
15 Abril 2025, 10h20

O plano de investimento da E-Redes vai ter um impacto abaixo de 1% na fatura da eletricidade: mais concretamente, 0,7%, tal como o Jornal Económico já tinha noticiado a 10 de abril.

É certo que todos os euros contam na fatura mensal de eletricidade, mas a rede de distribuição precisa de ser renovada e esteve durante muitos anos sem receber o investimento devido. Por outro lado, os investimentos em curso têm o potencial de atrair novos investimentos para Portugal, criando postos de trabalho, como na vaga de centros de dados para alimentar a Inteligência Artificial (IA), com o centro de dados de Sines Start Campus a ser um bom exemplo do que pode vir.

E o que é que disse a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) no seu parecer divulgado na semana passada? O regulador destaca que o “nível de investimento provocará um aumento dos proveitos a recuperar pela tarifa de uso da rede distribuição, tanto em valor absoluto, como em termos unitários (por unidade de energia elétrica distribuída)”, isto é, vai ter de ser recuperado via tarifas de eletricidade.

Nas suas contas, a ERSE diz que “em termos de impactes tarifários, no cenário de procura ERSE Central, as tarifas de Uso das Redes de Distribuição em AT e MT observariam, em 2030 face a 2025, uma variação de +12,0%, o que representaria um aumento de 1,7% nas tarifas de Acesso às Redes e um acréscimo de 0,7% nos preços médios de referência de venda a Clientes finais”.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos anunciou na semana passada a luz verde ao plano de investimento de 1,6 mil milhões de euros da E-Redes entre 2026 e 2030.

O Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede Nacional de Distribuição (PDIRD-E 2024) representa uma subida de 89% do nível de investimento médio anual dos 10 anos anteriores. E um aumento de mais de 60% face ao investimento médio anual dos cinco anos anteriores.

O parecer não é vinculativo, mas será tido em conta quando o plano for avaliado pelo ministério do Ambiente e da Energia, que é quem tem a palavra final.

” No global, a ERSE considera adequada a proposta de PDIRD-E 2024 (…) tendo em vista a necessidade de o operador da Rede Nacional de Distribuição (RND) dar resposta aos desafios impostos às redes de distribuição, decorrentes da descarbonização e eletrificação da sociedade nos termos previstos no PNEC 2030″, pode-se ler no parecer hoje divulgado pela entidade liderada por Pedro Verdelho.

A E-Redes é liderada por José Ferrari Careto (na foto).

No entanto, a ERSE recomenda que, na proposta final de PDIRD-E 2024, a apresentar para aprovação do ministério do Ambiente e da Energia “seja realçado o nível em que se prevê recorrer a modelos dinâmicos e probabilísticos de gestão inteligente das redes, essenciais para se alcançar uma otimização em termos de integração de nova produção, consumo e armazenamento de energia elétrica, em linha com as metas inscritas no PNEC 2030. A ERSE recomenda, por isso, que o operador da RND apresente uma estimativa, para cada ano, da extensão da rede que prevê operar com base em parâmetros dinâmicos, sendo este um indicador essencial para efeitos do acesso às redes, mormente com restrições”.

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