Temu suspende exportações para os EUA… mas promete continuar a chegar aos consumidores

A retalhista chinesa Temu tomou a decisão de deixar de exportar para os Estados Unidos. O fim da lei que permitia exportar items de custo limitado sem taxas alfandegárias, a par das tarifas comerciais dos EUA, levou a empresa a inovar. Os produtos são agora vendidos por revendedores… norte-americanos.

A Temu destacou-se não apenas os EUA mas um pouco por todo o mundo, inclusive em Portugal, pela venda de artigos a preços muito abaixo daqueles que habitualmente se praticam no mercado. É o caso de pares de ténis que podem ser comprados por 5 dólares, por exemplo. Ora, estes itens escavam às tarifas alfandegárias devido a um lei que permitia que artigos vendidos abaixo dos 800 dólares pudessem ser importados para os EUA livres de taxas.

Ora, a administração liderada por Donald Trump revogou a lei, que vigorava desde 2016 e beneficiava fortemente a Temu, nesta sexta-feira. A isto somam-se as tarifas comerciais de 145% aplicadas sobre as empresas chinesas. Posto isto, a retalhista viu-se fortemente castigada, pelo que teve que subir os preços e suspender a publicidade online. Posteriormente, alterou a estratégia, de forma a dar resposta, para que os seus produtos possam continuar a ter saída no mercado norte-americano.

É que muitos artigos que antes podiam ser adquiridos em território norte-americano e seguiam viagem diretamente da China passaram a estar rotulados como indisponíveis. Porém, as vendas ficam agora a cargo de revendedores em território norte-americano, sendo que os preços se mantêm baixos, como habitual.

A garantia foi deixada por um porta-voz da empresa à estação norte-americana CNBC, que esclareceu que as tarifas iriam obrigar a empresa a subir os preços para mais do dobro, em muitos casos. Neste contexto, vendedores locais podem vender os itens “de dentro do país”, ao mesmo tempo que os preços “permanecem inalterados”, garantiu.

“A Temu está a recrutar ativamente vendedores norte-americanos para se juntarem à plataforma”, assinalou, antes de reiterar que “a mudança foi desenhada para ajudar comerciantes locais a alcançar mais consumidores e fazerem crescer os seus negócios”.