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Austrália e Nova Zelândia prometem apoio à indústria do cinema após novas tarifas de Trump

A Austrália e a Nova Zelândia têm sido selecionados por Hollywood para a rodagem de várias produções cinematográficas. Os incentivos fiscais têm atraído os estúdios cinematográficos. Trump anunciou a intenção de avançar com tarifas de 100% sobre os filmes produzidos no estrangeiro.
5 Maio 2025, 11h38

A Austrália e a Nova Zelândia mostraram intenção de defender as suas indústrias cinematográficas depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado tarifas de 100% sobre os filmes produzidos no estrangeiro, avança esta segunda-feira a agência noticiosa Reuters.

“A indústria cinematográfica norte-americana está a morrer muito rapidamente (…) Hollywood e muitas outras partes dos Estados Unidos estão devastadas”, escreveu Trump no domingo na rede social Truth Social.

“Outros países estão a oferecer todo o tipo de incentivos para atrair os nossos cineastas e estúdios para longe dos Estados Unidos”, acrescentou.

Trump disse que este é um “esforço concertado de outras nações” que representa “uma ameaça para a segurança nacional” norte-americana.

A China, contra a qual Donald Trump dirige uma grande parte das flechas, anunciou no início de abril que vai reduzir “de forma moderada” o número de filmes dos Estados Unidos exibidos oficialmente em território chinês, como uma das respostas às tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos do país asiático.

Pequim utiliza um sistema de quotas para limitar o número de filmes estrangeiros exibidos oficialmente nas salas de cinema. Uma redução do acesso a este mercado, o segundo maior do mundo a seguir aos Estados Unidos para o cinema, pode afetar as receitas dos estúdios de Hollywood.

Austrália e Nova Zelândia prometem proteger indústria do cinema

O ministro dos Assuntos Internos da Austrália, Tony Burke, que tutela o organismo governamental Screen Australia, que tem como função oferecer financiamento para o desenvolvimento, produção, e marketing ligados à indústria cinematográfica, salientou, em reação à tarifa anunciada pelos Estados Unidos, citado pela Reuters, de que a Austrália vai “defender de forma inequívoca” os direitos da indústria cinematográfica australiana.

Já o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, teve uma postura de maior cautela, e anunciou que vai aguardar mais detalhes sobre as tarifas anunciadas pelos norte-americanos. “Temos de ver os detalhes. Mas seremos grandes defensores do setor e da indústria”, referiu o governante neozelandês.

A Reuters salienta que o setor do cinema e da televisão da Austrália estava avaliado em 2,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros) em 2022, tendo servidor como local de rodagem para filmes da saga Matrix e de vários filmes com a chancela da Marvel, enquanto que a Nova Zelândia foi palco para filmagens do ‘O Senhor dos Anéis’.

Já o setor cinematográfico da Nova Zelândia gerou dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros), com um terço das receitas a virem dos Estados Unidos.

A agência noticiosa refere que a Austrália deu 540 milhões de dólares australianos (309 milhões de euros), em incentivos fiscais, desde 2019, para que fosse o local de filmagens de filmes como ‘Thor: Love and Thunder’, ‘The Fall Guy’ e ‘Godzilla vs Kong’.

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