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Livre diz que maioria entre AD e IL é para ir além da `troika´

Na opinião de Rui Tavares, o cenário piora se a à AD e IL se juntar a extrema-direita.
O cabeça de lista por Lisboa do partido Livre, Rui Tavares, momentos antes da entrega das listas de candidatos a deputados à Assembleia da República pelo círculo de Lisboa, no Juízo Central Cível de Lisboa, Palácio da Justiça, em Lisboa, 20 de dezembro de 2021. As eleições legislativas realizam-se a 30 de janeiro. ANDRÉ KOSTERS/LUSA
6 Maio 2025, 15h26

O porta-voz do Livre defendeu hoje que uma maioria entre o “montenegrismo” da Aliança Democrática (AD) e o “motosserismo” da Iniciativa Liberal (IL) seria para ir mais longe do que a `troika´, acusando-os de terem “o rei na barriga”.

“Também é bom que nos acautelemos com todos os cenários possíveis. Se um cenário possível é a AD e a IL próximas da maioria absoluta é para ir mais longe do que a `troika´, é muito claro que é isso que a AD e a IL desejam. Isso ainda é, de certa forma, a matriz do seu projeto”, afirmou Rui Tavares no final de uma visita à AICEP Global Parques em Sines, no distrito de Setúbal, naquela que foi a sua primeira ação de campanha do dia.

Na opinião de Rui Tavares, o cenário piora se a à AD e IL se juntar a extrema-direita.

E acrescentou: “Se a isso acrescentarmos uma extrema-direita que, no fundo, lhes diz que está lá para chumbar qualquer Governo da esquerda, mesmo que a esquerda tenha mais deputados do que a direita democrática, nós percebemos que, afinal, o ‘não é não’ e o ‘nunca é nunca’ são uma verdadeira farsa”.

Sem baixar a toada de críticas à direita, algo que tem sido diário no seu discurso, Rui Tavares considerou que há, entre eles, uma divisão de tarefas.

Uns assumem a tarefa da austeridade com “uma face mais fofinha”, enquanto outros vão fazendo a “política da extrema-direita, do medo, do preconceito e do discurso do ódio”, especificou.

“E, juntos, há uma coisa em que eles estão de acordo. André Ventura [presidente do Chega] tem apresentado em cada legislatura um projeto de revisão constitucional e a Iniciativa Liberal apresenta o seu. E, se não tiverem uma maioria constitucional, procurarão fazê-lo através da via legislativa, essa vai ser a moeda de troca de darem uma maioria a Luís Montenegro”, defendeu o porta-voz do Livre.

Dizendo que a direita e a extrema-direita “não são só perigosas fora das nossas fronteiras”, Rui Tavares ressalvou que em Portugal a direita também tem algumas ideias “bastante esquisitas e extremistas”.

Dirigindo-se ao eleitorado, Rui Tavares sublinhou que a direita já está com “o rei na barriga” e a cantar vitória antecipada sem que tenham ido ainda às urnas.

“Está tudo muito a contar já com o resultado das eleições, a pôr o carro à frente dos bois e a verem-se juntos ao horizonte no poder”, censurou.

Por isso, acrescentou, “é muito importante que os eleitores olhem para isto e percebam que o voto em Portugal tem muitas vezes servido para reintroduzir equilíbrio e moderação no sistema político”.

Rui Tavares insistiu que está nas mãos dos eleitores “colocar um travão na radicalização da direita” que, nos últimos anos, tem estado a desequilibrar o sistema político.

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