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Agricultura perdeu mais de 16 mil trabalhadores num ano

Segundo a Eurofirms, “a redução em 10% dos profissionais do setor, que passaram de 158,8 mil, em meados de 2023, a 142,9 mil, no final de 2024, representa uma inversão face à tendência de crescimento que o setor vinha a registar desde 2021”.
7 Maio 2025, 17h19

O setor agrícola perdeu mais de 16 mil trabalhadores num ano, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). O alerta é da Eurofirms – People First, que, ao analisar os dados do emprego no setor primário, destaca a quebra contínua do número de pessoas empregadas nas áreas da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca desde o segundo trimestre de 2023.

Segundo a Eurofirms, “a redução em 10% dos profissionais do setor, que passaram de 158,8 mil, em meados de 2023, a 142,9 mil, no final de 2024, representa uma inversão face à tendência de crescimento que o setor vinha a registar desde 2021″.

A descida é particularmente relevante num setor historicamente marcado por um elevado grau de sazonalidade e por dificuldades recorrentes no recrutamento, especialmente em regiões do interior do país. Os dados confirmam também que a força de trabalho agrícola continua a ser predominantemente masculina, o que reflete não só os desafios da inclusão no setor, como também a falta de renovação geracional. Procurando perceber as barreiras encontradas no processo de recrutamento, a multinacional de gestão de talento ouviu clientes do setor agrícola, assim como candidatos que tem vindo a acompanhar”, sublinhou a Eurofirms.

De acordo com um porta-voz da SALM – empresa neerlandesa com sede em Salvaterra de Magos, reconhecida pela produção de lavanda – um dos principais desafios enfrentados pelo setor primário é a falta de pessoal qualificado. “A procuraa por trabalhadores aumenta em períodos específicos, como em momentos de plantação e colheita, o que pode dificultar a atração de candidatos disponíveis”, refere o responsável, acrescentando que “muitos jovens não consideram a agricultura como uma carreira viável, e isso resulta na escassez de mão de obra”.

Por outro lado, e partilhando o testemunho de quem encontra no trabalho agrícola uma vocação, Ana Filipa Santos revelou disponibilidade e entusiasmo perante a possibilidade de “contribuir para um setor crucial ao desenvolvimento da economia e do país”. A candidata, que tem contado com o apoio da Eurofirms no processo de candidatura, refere, contudo, que “os horários intensos e pouco flexíveis” podem tornar-se desafiantes. “É um setor que não oferece, por exemplo, a quem tem filhos, as condições necessárias para a conciliação entre a vida pessoal e profissional”.

 

 

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