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PAN opõe-se a alterações à lei da greve mas pede bom senso aos trabalhadores de CP

Em declarações aos jornalistas junto à praia de Carcavelos, Cascais, após um encontro com representantes da Associação SOS Quinta dos Ingleses, Inês de Sousa Real sublinhou que, mesmo com o Governo em gestão, os “problemas do país não desaparecem” e que o executivo “deveria negociar” para impedir esta greve, mas pediu bom senso aos trabalhadores da CP, frisando que o protesto “está a penalizar o lado errado”.
8 Maio 2025, 15h08

A porta-voz do PAN pediu hoje bom senso aos trabalhadores da CP em greve, considerando que esta ação deveria ter sido agendada para depois das eleições, mas opôs-se a alterações à lei da greve, que considera ser proporcional.

Em declarações aos jornalistas junto à praia de Carcavelos, Cascais, após um encontro com representantes da Associação SOS Quinta dos Ingleses, Inês de Sousa Real sublinhou que, mesmo com o Governo em gestão, os “problemas do país não desaparecem” e que o executivo “deveria negociar” para impedir esta greve, mas pediu bom senso aos trabalhadores da CP, frisando que o protesto “está a penalizar o lado errado”.

“Acho que esta greve, a este tempo, em plena campanha eleitoral, não vai resolver os problemas da CP e portanto, com todo o respeito que o PAN tem pela greve e por aquilo que são as reivindicações da CP, acho que as únicas pessoas que estão a ser prejudicadas neste momento são os próprios utentes e que deveria ser depois do dia 18, que a mesma deveria estar a acontecer”, afirmou a líder do PAN.

Inês de Sousa Real disse “respeita profundamente” o direito à greve e as exigências dos trabalhadores da CP, criticando o que disse ser um “Governo de costas voltadas para as reivindicações” deste setor, mas insistiu que “quem está a pagar a fatura são as pessoas que querem ir para os trabalhos”.

A líder do PAN acrescentou ainda que o “Governo não parou e está em campanha” e, por isso, “simplesmente não está atento àquilo que são as preocupações reais das pessoas”.

“Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz já se deviam ter ido sentar à mesa com o setor para, por exemplo, neste período de campanha, não estarmos a ter uma greve quando sabemos que temos um Governo em gestão”, afirmou, acrescentando que o executivo deveria comprometer-se já que, no caso de ser reeleito, dará resposta às reivindicações dos trabalhadores em greve.

Questionada sobre a possibilidade de alterar a lei da greve levantada hoje pelo presidente do PSD, Inês de Sousa Real disse “não acompanhar uma tendência de reduzir aquilo que é o direito à greve”, considerando que “até ver o direito à greve tem mecanismo não só de proporcionalidade, mas também de salvaguarda da utilidade pública”.

Sousa Real disse ainda não acreditar que esta greve tenha motivações políticas, mas que tenha origem no facto de as pessoas estarem “chateadas com os governos que têm estado à frente do país”.

O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou hoje que houve “influências políticas, partidárias e eleitorais” que não permitiram evitar a greve da CP e defendeu que pode ser necessário alterar a lei para equilibrar o direito è greve com outros direitos.

A paralisação da CP, que se prolonga até 14 de maio, foi convocada contra a imposição de aumentos salariais “que não repõem o poder de compra”, pela “negociação coletiva de aumentos salariais dignos” e pela “implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado”, segundo os sindicatos.

A greve teve um especial impacto entre terça-feira e hoje devido ao maior número de sindicatos (14) que aderiram à paralisação nestes dias.

Por decisão do Tribunal Arbitral, estas greves não têm serviços mínimos.

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