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Cientistas portugueses querem substituir vacinas por pastilhas efervescentes

Os cientistas da Universidade de Aveiro argumentam que o ingrediente secreto está presente na gema do ovo das galinhas e explicam que se incorporados em pastilhas, podem combater o vírus da gripe.
2 Abril 2019, 12h44

E se a vacina da gripe fosse substituída por pastilhas efervescentes? A ideia foi desenvolvida por cientistas na Universidade de Aveiro (UA) que defendem que o ingrediente secreto das super-pastilhas está nos anticorpos retirados das gemas dos ovos das galinhas.

Os investigadores explicam que os anticorpos IgY (os ingredientes chave das pastilhas efervescentes) são produzidos exclusivamente por aves, estando concentrados nas gemas dos ovos. Estas proteínas que atuam no sistema imunológico como defensoras do organismo, apontam os investigadores do Departamento de Química (DQ) da UA, são podem ser manipuláveis de forma a torná-las armas eficazes no combate ao Influenza, o vírus causador da gripe, segundo um comunicado da UA divulgado esta terça-feira, 2 de abril.

A ideia de incorporar os anticorpos IgY em pastilhas efervescentes foi desenvolvida por Marguerita Rosa, Emanuel Capela e Mariam Kholany, estudantes do Doutoramento em Engenharia Química do DQ e do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro da UA.

“Espera-se que estes anticorpos não espoletem reações inflamatórias no sistema imunitário humano, diminuindo passivamente a carga viral da pessoa afetada”, explicam os investigadores que garantem que “uma pastilha por dia é o que desejamos alcançar para manter a proteção ao longo do tempo de maior incidência do vírus da gripe”, segundo o comunicado.

Com a tecnologia e os conhecimentos científicos necessários para acabarem com o Influenza, os jovens investigadores querem criar um produto nutracêutico revolucionário e inovador para combater o vírus da gripe. “A nossa ideia passa por desenvolver pastilhas efervescentes contendo anticorpos da gema do ovo específicos para as proteínas membranares constantes do vírus, e suplementadas com vitamina C e outros minerais para reforçarem o sistema imunitário”, explicam os cientistas portugueses.

“Trata-se de um método passível de ser utilizado por toda a população e não apenas por doentes de risco, tendo a vantagem de ser não-invasivo quando comparado com a vacinação tradicional”, garantem.

O projeto dos estudantes da UA foi mesmo um dos doze finalistas selecionados para apresentação de um pitch no decorrer da V IMFAHE’s International Conference 2019 – Innovation Camp, que decorreu em março na Universidade de La Laguna em Tenerife (Ilhas Canárias). No final, venceram o segundo prémio no concurso, arrecadando 2 mil euros para trabalharem na proposta ao longo do próximo ano.

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