A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa já executou mais de 45% do plano de reestruturação, implementado pela atual administração, através do qual 33 trabalhadores saíram por reforma antecipada e outros 80 candidataram-se a uma segunda fase do programa.
Em entrevista à agência Lusa, por ocasião da apresentação do Relatório de Gestão e Contas (RGC) de 2024, e quando completa pouco mais de um ano à frente da instituição, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) adiantou que o plano de reestruturação está com “uma taxa de execução física superior a 45%” e com “um muito bom nível de execução”.
Paulo Sousa disse considerar precipitado afirmar que a instituição já alcançou uma situação de sustentabilidade financeira, uma vez que ainda só cumpriu um ano dos três para os quais está previsto o plano de reestruturação.
“Se me permite a expressão, eu acho que os mínimos olímpicos estão assegurados, mas falta obter as qualificações finais e isso não está ainda. Até porque o sucesso deste plano depende de um conjunto de variáveis”, afirmou.
De acordo com o provedor, o gasto com pessoal é o maior fator de despesa, tendo subido de 151,8 milhões de euros em 2023 para 161 milhões de euros em 2024, aumento para o qual contribuiu o programa de pré-reformas previsto no programa de reestruturação.
Paulo Sousa adiantou que em 2024, quando foi implementado o primeiro programa, aderiram 33 trabalhadores que saíram por pré-reforma, tendo o provedor garantindo que, até agora, não foi implementado qualquer programa de rescisões ou despedimentos.
“Já lançámos este programa este ano (…) e tivemos um total de candidaturas na ordem das 80 pessoas”, adiantou, apontando que “este salto de 30 para 80 [trabalhadores] mostra bem que o nível de adesão começou a ser muito mais significativo”.
Explicou que as condições oferecidas se mantêm as mesmas, tendo apenas mudado o critério da idade da elegibilidade, que baixou.
Acrescentou que quando assumiu o cargo à frente da instituição encontrou uma estrutura de recursos humanos com uma pirâmide muito envelhecida, na qual o segmento principal de trabalhadores estava acima dos 55 anos, e em que as pessoas com idades até aos 25 anos não representavam nem 2% do total de funcionários, havendo “um conjunto significativo de colaboradores que continuavam a trabalhar para além da data da reforma”.
Dentro das medidas que ainda não foi possível concretizar, o provedor deu como exemplo a redução de rendas pagas a entidades externas, explicando que é preciso respeitar contratos e que não é possível simplesmente “de um dia para o outro, notificar um senhorio sem cumprir o prazo contratual”.
O provedor salientou que há muitas medidas em curso que ainda não estão totalmente concretizadas nem atingiram o seu impacto financeiro, apontando que “uma coisa é implementar a medida fisicamente, outra coisa é conseguir que ela traga retorno financeiro”.
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