“Construtivas” – foi este o adjetivo encontrado para caraterizar as negociações que decorrem entre Trabalhistas e o governo de Theresa May no sentido de encontrarem uma plataforma comum que, em forma de documento, possa ser aceite pelo Parlamente e posteriormente levado à consideração de Bruxelas.
Mas, para espanto dos que estão do lado de cá do Canal da Mancha, as negociações correm como se os britânicos tivessem todo o tempo do mundo. Assim, a acreditar na imprensa do Reino Unido, o governo e os trabalhistas – com a ala conservadora rebelde a Theresa May a engrossar todos os dias – podem avançar para um acordo, que, uma vez votado favoravelmente na Câmara dos Comuns, seja sujeito à apreciação do povo britânico. Por via de um referendo. Ora, organizar um referendo não é coisa de dias, e ninguém está a ver como seria possível cumprir-se este calendário antes das eleições para o Parlamento Europeu.
Os jornais britânicos afirmam, por outro lado, que os dois lados estão a tentar convergir num acordo que privilegie um Brexit suave, se possível mantendo os britânicos em algumas áreas da União.
A notícia foi suficiente para incendiar os apoiantes do Brexit duro. Boris Johnson, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de May, acusou a primeira-ministra de estar a ‘vender’ um Brexit que nem sequer é uma saída da União. “Com este acordo, não vamos recuperar a liberdade do comércio e vamos ter que manter” uma linha próxima da União Europeia em termos de leis económicas.
Entretanto, em Bruxelas, a cúpula da União Europeia vai dizendo que não aceita mais atrasos na Brexit e que não concordará com um novo pedido de prorrogação do artigo 50º. Valendo esta afirmação o que valer, o certo é que desde que Theresa May viu o ‘seu’ acordo de Brexit rejeitado pela terceira vez, o documento não sofreu qualquer alteração. Quer isso dizer que, para já, May não tem para apresentar no Parlamento britânico o que quer que seja que os parlamentares possam pesar como alternativa.
Segundo fontes citadas pelos jornais do país, as duas partes, Trabalhistas e governo, assumem que terão um acordo fechado até ao final da semana e que, infere-se, esse acordo estará pronto para ser apresentado aos Comuns logo no início da próxi
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