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Luís Montenegro pede “sentido de Estado às oposições”: “Deixem-nos governar”

Presidente do PSD faz discurso de vitória frisando a necessidade de as oposições dialogarem com o Governo a quem pediu “sentido de Estado”.
epa12115508 Leader of the Democratic Alliance (AD) coalition and President of the Social Democratic Party (PSD) Luis Montenegro (C), next to his mother Virginia Montenegro (C-L) and his wife Carla Montengro (C-R), delivers his victory speech on election night during the legislative elections 2025 at the coalition campaign headquarters in Lisbon, Portugal, 18 May 2025. This was the first time that the party had elected a member of Parliament. More than 10.8 million voters living in Portugal and abroad will be asked to vote in these early parliamentary elections and choose from among the 21 competing political forces the party they believe should form the next government and elect the 230 seats of the Assembly of the Republic for the next legislature. EPA/MIGUEL A. LOPES
19 Maio 2025, 01h00

Luís Montenegro considerou, no discurso de vitória nesta noite, que o povo deu de forma “inequívoca um voto de confiança na Aliança Democrática, no Governo e no primeiro-ministro”.

“Nestas eleições antecipadas que não foram exigidas pelas pessoas, os políticos decidiram perguntar ao povo que programa queria, e que primeiro-ministro queria que fosse o pugnador da sua execução, a resposta foi clara: o programa é da AD, o primeiro-ministro é o atual, e todos devem dialogar e meter o interesse nacional”, declarou o presidente do PSD, sublinhando que os portugueses não querem eleições antecipadas, mas sim uma legislatura de quatro anos.

“Às oposições caberá respeitar e cumprir a vontade popular (…) sentido de Estado, sentido de responsabilidade, respeito pelas pessoas, salvaguarda pelo interesse nacional. O povo quer este governo e não quer outro. O povo quer este primeiro-ministro e não outro (…) O povo também quer que as oposições respeitem e dialoguem com este Governo”, foi repetindo

Sobre o que esperar do próximo Governo por si liderado, Montenegro disse que a AD “vai continuar a valorizar os trabalhadores da administração pública, porque uma administração pública mais qualificada será mais eficiente” vai servir “mais as pessoas e a economia e ser um fator de competitividade”.

O líder da AD prosseguiu dizendo que vai “continuar a salvar o Estado Social – da Saúde, à Educação, da Habitação à Mobilidade”. “Vamos continuar a levar a cabo mais regulação na imigração”, apontou, recendo palmas dos apoiantes. “Mais reforço da segurança, mais combate à criminalidade grave e à corrupção, o reforço das estruturas de segurança e forças armadas”, completou.

Neste discurso de vitória, no hotel Sana, em que surge com a mãe de um lado e a mulher do outro, Luís Montenegro continuou dizendo que o seu Governo vai continuar a “estimular a cultura do mérito: premiar quem atinge mais e melhores resultados, quem trabalha mais tem de ter a justa retribuição pelo seu desempenho”.

“E não falharemos, como não falhámos, aos nossos reformados e pensionistas”, disse. “Vamos dar corpo à esperança do país que confiou neste projeto. (…) é um país que tem de acreditar mais em si próprio, que tem condições económicas e recursos económicos para ser um dos mais desenvolvidos e prósperos da Europa”.

Na reta final do discurso, citou o Papa Francisco dizendo: “Vamos ser, como fomos, o Governo para todos, todos, todos”. Daqui em diante, deixaremos todo o nosso esforço, até à última gota do nosso suor, no desempenho na tarefa mais nobre que alguém pode ter: liderar o governo de um país (…) transportar a vontade de um povo tão valente e transformá-lo em mais bem-estar”, concluiu.

Questionado depois pelos jornalistas sobre as condições de estabilidade, tendo em conta que  o peso da AD e IL não foi suficiente para formar uma maioria no Parlamento, Montenegro disse: “Tudo faremos para assegurar essa estabilidade, não me parece que haja outra solução de governo que não aquela que emana da vontade, livre, convicta do povo português.” E reforçou o papel que, neste cenário, cabe às oposições.

“Dentro do cumprimento dos compromissos que assumi na AD, tenho a certeza absoluta que vai acabar por imperar o sentido de responsabilidade” para levar a cabo a execução do programa de Governo para quatro anos. “Deixem-nos governar, deixem-nos trabalhar”, acrescentou mais adiante.

A AD (PSD/CDS) venceu as eleições legislativas com 86 deputados, enquanto PS e Chega empatam no número de eleitos para o Parlamento, 58, quando estão apurados todos os votos nos círculos nacionais.

A AD somou 32,10% dos votos, enquanto os socialistas obtiveram 23,38% e o Chega 22,56%, registando-se uma diferença de 48.916 votos entre estes dois partidos.

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