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Portugal coloca 1.500 milhões em dívida e continua a ver taxas a cair

Em ambos os leilões de Bilhetes do Tesouro desta quarta-feira (um de 600 milhões de euros a seis meses e outro de 900 milhões a doze meses), os juros conseguidos foram mais baixos do que nas anteriores idas ao mercado do IGCP.
21 Maio 2025, 15h38

Portugal conseguiu financiar-se a juros mais baixos nos dois leilões de dívida pública realizados esta quarta-feira, leilões esses afetados pelos problemas nos terminais Bloomberg durante a manhã. A procura superou consideravelmente a oferta em ambas as linhas, contribuindo para a descida de juros.

No leilão de Bilhetes de Tesouro a seis meses, que contava com um montante de 600 milhões de euros, a taxa obtida foi de 1,947%, isto depois de se ter verificado uma procura de 3,42 vezes a oferta disponível. Na última emissão comparável pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), no final do ano passado, os juros tinham ficado em 2,646%.

Além destes títulos, o IGCP colocou 900 milhões em Bilhetes do Tesouro a doze meses, conseguindo um juro de 1,949%, ou seja, bastante em linha com os verificados no leilão de menor duração. Esta linha contou com uma procura de 2,74 vezes a oferta disponível.

No leilão comparável mais recente, as taxas haviam ficado em 2,227%.

Filipe Silva, analista do Banco Carregosa, destaca a “tendência de descida das taxas de juro de curto prazo, reflexo da atuação do Banco Central Europeu (BCE), que já reduziu a sua taxa diretora três vezes desde o início do ano” e deve continuar a trazer este indicador para baixo.

“Atualmente, o mercado antecipa mais dois cortes até ao final do ano, o que poderá colocar a taxa ligeiramente abaixo dos 2%. No entanto, será necessário aguardar pelos próximos dados económicos e respetivas projeções, uma vez que as tarifas comerciais podem provocar um duplo impacto: por um lado, o enfraquecimento da procura e por outro, uma eventual subida da inflação. Este cenário torna o exercício de previsão económica particularmente desafiante”, escreve.

Este leilão realizou-se com um atraso considerável em relação à hora prevista, que estava fixada nas 10h30 da manhã. Os problemas nos terminais Bloomberg obrigaram o IGCP a adiar os leilões face às dificuldades técnicas generalizadas no serviço, uma situação que se alastrou a vários países.

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