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Ronda de negociações Rússia-Ucrânia termina com troca de prisioneiros

As expectativas não eram elevadas, mas a segunda ronda de negociações acabou por resultar apenas numa nova troca de prisioneiros. A Rússia afirmou que propôs um cessar-fogo parcial de dois ou três dias para a recolha dos corpos dos que não sobreviveram.
2 Junho 2025, 18h10

A Ucrânia e a Rússia concluíram a segunda ronda de conversações em Istambul e, ao contrário das expectativas mais elevadas, a breve reunião resultou num acordo sobre uma nova troca de prisioneiros de guerra, incluindo aqueles com menos de 25 anos e soldados gravemente doentes. Kiev informou que entregou a Moscovo uma lista de crianças ucranianas deportadas ilegalmente, mas não recebeu qualquer feedback sobre esta questão, conforme revelou o ministro da Defesa de Kiev, Rustem Umerov, que liderou a delegação ucraniana.

“Chegámos a acordo sobre uma troca e em breve anunciaremos os pormenores. Estamos a concentrar-nos naqueles que estão gravemente feridos e doentes, assim como na categoria dos jovens e na troca de corpos”, explicou Umerov após a reunião na Turquia. “Estamos a falar de centenas de crianças que a Rússia deportou ilegalmente, transferiu à força ou mantém nos territórios temporariamente ocupados. Estamos à espera de uma resposta”, afirmou o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, nas redes sociais.

A primeira ronda de negociações, realizada a 16 de maio, resultou na maior troca de prisioneiros na proporção ‘mil por mil’, mas não produziu grandes resultados em relação a um eventual cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia. Apesar das fracas expectativas que rodeavam o segundo encontro, vários observadores afirmavam que algo mais deveria ser debatido, especialmente porque o Kremlin anunciou ter um memorando secreto a ser entregue à contraparte. Esperava-se que o documento fosse suficientemente ‘interessante’ para suscitar mais decisões.

Por seu lado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, identificou três prioridades para Kiev: um cessar-fogo de 30 dias, uma nova troca de prisioneiros e o regresso das crianças ucranianas deportadas à força pela Rússia. O primeiro e o terceiro itens ficaram – ou terão ficado – sem resposta.

Nos bastidores, Kiev e Moscovo concordaram em apresentar uma espécie de “memorando de paz”, definindo as principais posições de cada uma das partes. Também por essa via, os observadores esperavam que o encontro pudesse trazer novidades mais ‘sonantes’. A delegação ucraniana declarou ter apresentado um roteiro pormenorizado, com o objetivo de garantir uma paz duradoura. Em declarações à imprensa estatal russa, o chefe da delegação de Moscovo, Vladimir Medinsky, confirmou que a parte russa tinha recebido as propostas de paz ucranianas.

Antes da ronda desta segunda-feira, Zelenskyy sublinhou que a Rússia não apresentou o seu memorando de paz à Ucrânia, à Turquia ou aos Estados Unidos. “Apesar disso, tentaremos alcançar, pelo menos, alguns progressos no caminho para a paz”, afirmou.

Entretanto, a imprensa russa relata que o país ofereceu ao lado ucraniano um cessar-fogo em certas partes da linha de frente por 2 a 3 dias. O assessor presidencial russo, Vladimir Medinsky, revelou que “propusemos um cessar-fogo específico por 2 a 3 dias em certos setores da frente”. “Isso deve permitir que os comandantes recolham os corpos dos seus soldados”, acrescentou Medinsky.

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