Os investidores imobiliários estrangeiros continuam a demonstrar interesse pelo mercado português, tal como indicam os dados do primeiro trimestre das mediadoras consultadas pelo Jornal Económico. No caso da Remax, os clientes estrangeiros concentram 74% do seu foco no eixo Lisboa-Cascais, com os restantes 27% a estarem virados para as margens norte e sul do rio Douro.
Em relação ao eixo Lisboa-Cascais, a mediadora registou 953 transações no trimestre em análise, das quais 196 (20,57%) foram feitas por clientes de nacionalidade brasileira, seguindo-se os norte-americanos com 111 transações (11,65%), sendo estes os dois únicos investidores a ultrapassar a barreira das centenas no número de negócios realizados.
No primeiro trimestre, a rede Remax registou 2.844 transações de arrendamentos e 3.861 de venda a estrangeiros, num total de 6.705 negócios, com o eixo Lisboa-Cascais a representar 14% do total nacional da rede.
“As 6.705 transações de estrangeiros representaram cerca de 21% do total de transações da rede (as restantes foram portugueses), uma perda da importância desses clientes, uma vez que no primeiro trimestre de 2024 representavam cerca de 24%”, indica a mediadora imobiliária.
Na margem norte do Douro (Baião, Gondomar, Marco de Canaveses, Peso da Régua, Porto, Resende e Torre de Moncorvo), realizaram-se 200 transações no primeiro trimestre, 58 das quais por parte de clientes brasileiros, representando um peso de 29%, seguidos novamente pelo mercado norte-americano (33 transações e um peso de 16,5%).
A preponderância do investidor brasileiro é maior na margem sul do Douro (Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Nova de Gaia), sendo responsáveis por 61 (45,8%) das 133 transações feitas por clientes estrangeiros, acima das 17 realizadas por investidores dos Estados Unidos (12,7%).
A Remax registou um volume de preços de 1,97 mil milhões de euros no primeiro trimestre, o que significou um aumento homólogo de 35,7%, correspondente a cerca de 19 mil transações (+20%).
Lisboa continua a liderar o top 10 com 33,5%, seguindo-se Porto (13,5%), Setúbal (10,5%), Braga (7,3%), Coimbra (4,9%), Aveiro (4,5%), Faro e Santarém (4,3% cada), Leiria (3,9%) e Viseu (2,7%). Em conjunto, estes distritos foram responsáveis por 89,4% dos imóveis transacionados neste período.
Em relação às nacionalidades, os portugueses representaram 79% das compras, seguidos pelos brasileiros (6,2%), norte-americanos (1,8%) e angolanos (1,6%).
Os apartamentos e as moradias foram os dois tipos de propriedade mais comercializados, representando 51% e 23,6% do total, respetivamente.
Por tipologias, os apartamentos T2 representaram 21% das transações, os apartamentos T3 cerca de 16,3%, as moradias T3 cerca de 9,3%, os apartamentos T1 tiveram um peso de 9,1% e as moradias T2 somaram 6,1% das transações da imobiliária.
No que diz respeito à ERA Portugal, a mediadora verificou um total de 3.800 transações de imóveis no primeiro trimestre, com os estrangeiros a terem um peso de 18%.
Em relação às nacionalidades internacionais que demonstram vontade de vender a sua habitação, e apesar de não revelar valores, os franceses surgem em primeiro lugar, seguidos pelos brasileiros e norte-americanos.
No entanto, esta tendência é invertida quando olhamos para os clientes mais interessados em comprar casa, com os brasileiros a ocuparem a primeira posição, seguindo-se o Reino Unido e a França.
As receitas da ERA Portugal atingiram os 102 milhões de euros em 2024, o que representou um aumento de 22% em relação a 2023. Para este resultado contribuiu o segundo semestre, no qual se registou um aumento de 33% face ao período homólogo de 2023, com o quarto trimestre a observar uma subida de 49% e o mês de dezembro a ser o melhor de sempre, ao verificar uma faturação superior a 11 milhões de euros.
O valor dos negócios transacionados pela mediadora imobiliária ficou próximo dos dois mil milhões de euros, sendo que o número de transações efetuadas ao longo do ano registou um aumento de 12% face a 2023. O ticket médio de vendas de habitação verificou uma ligeira subida de 2%, fixando-se nos 200.566 euros.
Em relação aos clientes internacionais, o top 3 é composto por Brasil (2,2%), Reino Unido (0,8%) e França (0,6%), com nota também para Angola, Estados Unidos, Alemanha, Países Baixos, Ucrânia, Espanha e Rússia.
“O forte investimento em expansão e tecnologia potenciou estes resultados. Com a barreira simbólica dos 100 milhões ultrapassada, o objetivo é duplicar este registo nos próximos cinco anos, como havíamos projetado aquando da mudança do modelo de negócio em 2023”, diz Rui Torgal, CEO da ERA.
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