O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) apresentou ontem na Assembleia da República um projeto de resolução no qual recomenda ao Governo a intensificação do combate a espécies exóticas invasoras. Em causa estão as acácias, háqueas, erva-das-pampas, canavial e ailanto. “Estas espécies encontraram nos vastos territórios devastados pelos incêndios dos últimos anos condições muito propícias à sua proliferação ainda mais incontrolada”, alertam os bloquistas no projeto de resolução.
“O sistema florestal ocupa cerca de 35% do território nacional (3,15 milhões de hectares), por si só ou como integrante de espaços agro-silvo-pastoris. Neste momento as espécies florestais com maior área são o eucalipto, o pinheiro bravo e o sobreiro, representando cerca de 72% da área florestada”, começam por contextualizar. “A valia patrimonial da floresta resulta das suas múltiplas valências. Para além da produção de madeira, a floresta contribui para o sequestro do CO2, para a fixação do solo, para a manutenção do sob coberto, para a infiltração e filtragem da água, para a manutenção e diversidade da fauna e para a paisagem”.
“Nestas circunstâncias, devem ser enfrentadas todas as ameaças que pairam sobre o sistema florestal. O mais sério – agravado pelas alterações climáticas em curso acelerado – será porventura o flagelo dos incêndios”, prosseguem. “Muito preocupante é também a contínua proliferação de espécies exóticas invasoras, como as acácias e as háqueas, que hoje cobrem vastas áreas, incluindo áreas protegidas”.
“Por outro lado, a erva-das-pampas (Cortaderia selloana) está a invadir vastos terrenos sem gestão ativa, a uma grande velocidade e com recuperação difícil. E nem as zonas ripícolas do domínio florestal escapam à invasão. Aí, o canavial (Arundo donax), uma lenhosa invasora, compete agressivamente com ripícolas florestais como freixos, amieiros e salgueiros. Outra invasora com elevada expressão nesses domínios é o Ailanto (Ailanthus altissima). Estas espécies encontraram nos vastos territórios devastados pelos incêndios dos últimos anos condições muito propícias à sua proliferação ainda mais incontrolada”, salientam.
No projeto de resolução, os deputados bloquistas recomendam ao Governo a implementação de 10 medidas:
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