O primeiro-ministro Luís Montenegro arrancou a discussão do Programa do Governo no Parlamento esta terça-feira a garantir que o desejo do seu executivo é cumprir os quatro anos da legislatura, exigindo às oposições “sentido de Estado”, de “responsabilidade” e “genuína disponibilidade de negociação leal e construtiva com o Governo”.
“Prevalecendo a estabilidade e a maturidade políticas, esta será uma legislatura de diálogo construtivo, com espírito patriótico de convergência para salvaguarda do interesse do país”, afirmou o líder da Aliança Democrática (AD).
Contrapondo sempre que ao Governo compete governar conforme o povo decidiu no dia 18 de maio com a ideia de que isso só será possível se a oposição demonstrar sentido de responsabilidade, Montenegro repetiu que a “estabilidade política é uma tarefa de todos, é um bem comum a proteger tanto pela maioria como pelas diferentes oposições”.
“Este Governo está aqui para cumprir a legislatura de quatro anos. Todos sabemos que a legislatura só não terá essa duração se os dois maiores partidos da oposição assumirem entre si uma coligação deliberada, ativa e cúmplice politicamente”, atirou o primeiro-ministro, que, na introdução do discurso assinalou desejar que a reeleição de José Pedro Aguiar Branco como Presidente da Assembleia da República seja “um prenúncio de muitos outros consensos que venham a ser alcançados”.
Para Luís Montenegro, os resultados das eleições mostram que os portugueses querem “este Governo e não outro”, assim como querem que a “essência” das políticas seja a do programa da AD.
“A maioria maior que resultou das eleições reforça a legitimidade e a responsabilidade para executarmos o programa do Governo nos próximos quatro anos”, reforçou, frisando que o seu executivo o fará “sem qualquer arrogância” e “com humildade democrática e motivação para o diálogo construtivo”.
“Evidência disso mesmo é a inclusão de 80 medidas dos programas eleitorais dos vários partidos. Não obstante, para o que resultado desse diálogo seja produtivo, cabe às oposições corresponder com igual humildade, espirito de diálogo e coragem para colaborar nas reformas que resolvam os problemas dos portugueses”, também afirmou.
“Dito de outra forma, ao Governo cabe executar o programa escolhido pelo povo com espírito leal de diálogo e compromisso com as oposições. Às oposições caberá demonstrar sentido de Estado e responsabilidade e genuína disponibilidade de negociação leal e construtiva com o Governo”, reforçou.
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