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José Luís Carneiro critica Governo: “Não entrou com o pé direito”

José Luís Carneiro acusou Luís Montenegro de confundir diálogo com “prática reiterada de extrair” propostas dos programas dos outros partidos sem uma única palavra” para com os mesmos. “Não é diálogo, é plágio”, artirou.
José Luís Carneiro, Ministério da Administração Interna. Foto: Lusa
17 Junho 2025, 11h19

José Luís Carneiro, candidato único a secretário-geral do Partido Socialista (PS), criticou esta terça-feira a Aliança Democrática (AD) dizendo que “não entrou com o pé direito” nesta nova legislatura, por ter incluído no seu programa do Governo “propostas que não tinha no programa eleitoral e que não discutiu durante o debate eleitoral”.

Entre as quais, nomeou o socialista, estão propostas relativas ao Serviço Nacional de Saúde e à revisão da legislação laboral.

“Mas, senhor primeiro-ministro, também não esteve bem quando confunde o diálogo com uma prática já reiterada de extrair dos propostas dos programas dos outros partidos, sem uma única palavra com os outros partidos da oposição. Isso não é diálogo, isso é plágio, não é diálogo, são monólogos”.

Esta crítica surge no primeiro dia do debate do programa do Governo, no Parlamento, depois de Luís Montenegro ter defendido que o seu executivo tem espírito de diálogo e que prova disso é a inclusão de 80 medidas dos partidos da oposição no documento que vai nortear a governação da AD nesta legislatura.

Apesar disso, José Luís Carneiro assinalou que o PS “está aqui para servir os portugueses” e, como tal, “não se confunde” na sua responsabilidade. “Manteremos a nossa palavra. Hoje e no futuro”, prometeu, acrescentando que o posicionamento do seu partido, agora terceira força no Parlamento, será de uma oposição “responsável, firme e construtiva”. “Oposição responsável significa estarmos disponíveis para, de boa-fé, construirmos consensos democráticos”.

O antigo ministro da Administração Interna e candidato a líder do PS passou depois a enumerar as áreas onde a AD poderá contar com o seu apoio.

“Pode contar com o PS para, no quadro da União Europeia, assumir o reconhecimento do Estado da Palestina como Estado soberano; na defesa, acompanharemos o esforço dos 2% do PIB para garantirmos os nossos compromissos de defesa europeus, defendendo que esse investimento deve resultar na constituição de um plano industrial militar capaz de mobilizar o Estado, as pequenas e médias empresas (…) favorecendo uma economia competitiva e a coesão territorial do país”.

Na segurança interna, continuou, “contará conosco para por em prática a estratégia de segurança urbana; para pôr em prática a estratégia a estratégia de proteção civil preventiva, para cuidar do planeamento civil de emergência (…) na proteção das infraestruturas críticas nacionais”.

A AD “contará” também com o PS na área da justiça. “Podemos ir bem mais longe do que os lugares comuns que estão no programa do Governo e enfrentar de uma vez por todas os desafios”.

Na reorganização do Estado, “pode contar com o PS para construirmos uma administração pública mais motivada e mais mobilizada para a eficiência da despesa pública, do Estado e a garantia de serviços públicos de qualidade em Portugal e nas comunidades portuguesas no estrangeiro”.

Aqui, o socialista lançou uma nova farpa: “Bem sabem que o modelo da Cresap (Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública) criado pelos governos da AD de outrora é um modelo que tem tido falhas e é certo que mesmo em minoria, houve uma tentativa de colonizar a administração pública com nomeações sem critério adequado”, atirou, questionando o primeiro-ministro sobre se está disponível para dialogar sobre a despartidarização dos lugares da administração pública. “Eu estou disponível, nós estamos.” Carneiro desafiou ainda Montenegro a dizer com quem quer dialogar nesta legislatura.

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