O primeiro-ministro Luís Montenegro respondeu com ironia à crítica do socialista José Luís Carneiro, durante o debate sobre o programa do Governo no Parlamento, recorrendo a metáforas futebolísticas.
“Disse que o Governo não entrou com o pé direito. Fez bem. O Governo não entrou com o pé direito nem com o esquerdo, apesar de jogar com os dois pés. O Governo joga com os dois pés, com a cabeça e até ‘pára’ no peito quando é necessário”.
“É um Governo polivalente que distribui jogo e aproveita todos os elementos em campo e que quer marcar golo. E quando vê um jogador assim mais molengão, não deixa de jogar na mesma para a baliza, rematar para fazer golo”, atirou o líder da AD. “Porque é isso que os portugueses exigem. É que sejamos consequentes, que possamos construir as jogadas que fazem os golos entrar na baliza “, acrescentou.
E respondendo à pergunta sobre com quem vai a coligação PSD/CDS dialogar nesta legislatura, Montenegro repetiu que fará diálogo político “com todas as forças políticas com representação parlamentar”, frisando, contudo, que a AD não se esquece das “responsabilidades históricas do sentido que, em muitas ocasiões, o PS teve de convergência” com o PSD.
“Portanto, não excluímos ninguém e sabemos bem quem mostrou estar à altura dessa responsabilidade”, disse Montenegro. Acrescentando, no entanto, numa alusão implícita ao Chega. “Logo veremos se haverá novas forças a demonstrar também esse sentido de responsabilidade. Às vezes, temos fundadas dúvidas, mas nenhum de nós pode dizê-lo em função do que compete aos outros decidir. Logo vermos quem é que tem esse sentido de responsabilidade”.
“Há uma coisa que pode ter a certeza: não vamos nunca diminuir o PS, não vamos nunca deixar de fazer um diálogo franco, leal, autêntico e genuíno com o PS, não vamos”, garantiu Montenegro, saudando a postura de Carneiro de “manter viva” esta forma de estar dos dois partidos.
Por isso, afirmou o primeiro-ministro, “não será difícil continuarmos a convergir na política externa; na política europeia; não será difícil encontrarmos uma posição comum de alinhamento na área da defesa”.
Montenegro disse também ter ficado satisfeito que o PS tenha assinalado a disponibilidade para contribuir para a política de segurança interna, assim como com a reforma do Estado, na Justiça, e ainda na necessidade de termos “um bom sistema de emergência e de proteção das infraestruturas críticas”.
“Aproveitaremos essa disponibilidade, assim o PS se mantenha fiel a esse princípio. Tenho confiança que assim será”, concluiu, ficando sem tempo para responder ao desafio sobre a despartidarização da administração pública.
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