O telemóvel T1 da Trump Organization vai ser vendido por 499 dólares e vai correr no sistema operativo Android. De cor dourada, a empresa do presidente norte-americano anunciou que será produzido nos Estados Unidos (EUA).
Mas os especialistas do setor não acreditam que venha a ser produzido em solo norte-americano e que vai ser necessário recorrer ao fabrico na China.
“Não é possível que o telemóvel tenha sido desenhado do zero e não é possível que venha a ser montado nos EUA ou completamente produzido nos EUA. Isso é completamente impossível”, disse à “CNBC” Francisco Jeronimo da International Data Corp.
O especialista acredita que o telemóvel vai ser produzido por um ODM chinês, uma empresa que desenha e produz telemóveis para serem comercializados por outras empresas.
“Apesar de ser vendido como um telemóvel feito na América, é provável que venha a ser produzido inicialmente por um ODM chinês”, disse, por sua vez, Blake Przesmicki, analista na Counterpoint Research.
“Os EUA não têm capacidade disponível para produzir neste momento”, acrescentou Jeff Fieldhack da Counterpoint Research.
Donald Trump criticou a Apple por produzir o iPhone na China, defendendo que devia ser produzido nos EUA.
Vários peritos responderam que seria quase impossível produzir o iPhone nos EUA, devido à falta de cadeia de abastecimento, o que poderia levar vários anos a preparar. No final, o preço poderia atingir 3.500 dólares (face aos 1.200 atuais) se produzido nos EUA, com a mudança a custar 30 mil milhões à empresa durante 30 anos e apenas para deslocar 10% da cadeia de abastecimento para solo americano, segundo Dan Ives da Wedbush. Só os custos laborais iriam disparar 25% nos EUA face à China.
Mesmo que alguns componentes do telemóvel fossem produzidos nos EUA, seria preciso continuar a recorrer a fornecedores estrangeiros, como no caso do ecrã de 6,8 polegadas AMOLED, que é feito na Coreia do Sul e na China.
A câmara de 50 megapixels é produzida pela japonesa Sony, que domina este mercado, mas também há empresas mais pequenas na China.
A memória poderia ser fabricada pela americana Micron, mas a Samsung é outro dos fornecedores.
“Mesmo quando existe capacidade local disponível, a empresa vai ter de depender em componentes que estão a ser importados de fora dos EUA”, segundo a Counterpoint Research.
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