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Resistência iraniana manifesta-se em Berlim

Exige mudança de regime sem apaziguamento da guerra. Centenas de pessoas, principalmente exilados iranianos, estiveram nas ruas da capital alemã.
Berlim, Alemanha
21 Junho 2025, 16h55

Centenas de pessoas, principalmente exilados iranianos, saíram este sábado às ruas de Berlim, na Alemanha, para exigir uma mudança de regime no Irão e contra o apaziguamento e a guerra. Em frente à Câmara Municipal de Berlim, iranianos no exílio, apoiantes do Conselho Nacional de Resistência do Irão e cidadãos alemães exibiram bandeiras da resistência e uma efígie insuflável do líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, segurando uma bomba nuclear.

Um ‘stand’ exibia fotografias de vítimas executadas pelo regime iraniano. Segundo o Conselho Nacional da Resistência, pelo menos 1.400 pessoas foram executadas no Irão desde julho de 2024, incluindo prisioneiros políticos e mulheres.

Durante a manifestação por um Irão livre, que decorreu sob o lema “Não ao apaziguamento, não à guerra – sim à mudança de regime pelo povo iraniano e pela resistência”, os participantes apoiaram a chamada “terceira opção” proposta há anos por Maryam Rajavi, presidente eleita da resistência iraniana no exílio.

“A nossa mensagem é clara: a resistência do povo iraniano pela liberdade deve ser reconhecida. Dizemos não ao apaziguamento e à salvação do regime dos ‘mullahs’ [título dado a clérigos islâmicos], e não à guerra”, foi a mensagem de Rajavi aos manifestantes. Em vez disso, “existe uma terceira opção: a mudança de regime por parte do povo e a resistência iraniana organizada”, acrescentou. “A mudança democrática é a vontade do povo iraniano e o veredito da história”, reforçou.

A resistência iraniana no exílio defende a criação de uma república democrática não nuclear, baseada na separação entre a religião e o Estado, na igualdade entre homens e mulheres, no respeito pelos direitos de todas as nacionalidades, num sistema judicial independente e na abolição da pena de morte, insistiu, citada pela EFE.

Os participantes na manifestação apelaram aos governos europeus para que condicionem todas as relações com o regime iraniano à abolição das penas de morte, em particular dos presos políticos, para que travem a escalada nuclear do regime e para que imponham a responsabilidade internacional.

A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis. Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.

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