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Sindicato dos Quadros aumenta proposta de atualização salarial para 2,9% mas bancos recusam

Esta revisão teve por base a mais recente projeção da inflação para 2025 (2,3%) e visou manter o princípio de recuperação do poder de compra, assegurando um ganho real de 0,6% para trabalhadores no ativo e pensionistas — “o mesmo diferencial subjacente à proposta inicial”.
26 Junho 2025, 11h02

No âmbito das negociações das convenções coletivas do sector bancário, o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) apresentou uma proposta de atualização salarial de 2,5% para 2025, acompanhada de uma cláusula de salvaguarda destinada a proteger o poder de compra dos trabalhadores em caso de agravamento da inflação. A maioria das instituições bancárias recusou integrar esta cláusula no acordo, revela o sindicato liderado por Paulo Gonçalves Marcos.

O SNQTB diz que “face à recusa, e com o objetivo de ultrapassar o impasse negocial, reformulou a sua proposta, propondo um aumento de 2,9% para os salários, pensões e restantes cláusulas de expressão pecuniária das convenções coletivas em vigor”.

Esta revisão teve por base a mais recente projeção da inflação para 2025 (2,3%) e visou manter o princípio de recuperação do poder de compra, assegurando um ganho real de 0,6% para trabalhadores no ativo e pensionistas — “o mesmo diferencial subjacente à proposta inicial”. A banca rejeitou igualmente a proposta.

“Importa sublinhar que, aquando da aceitação de um aumento de 2,5% por parte de outros sindicatos, a inflação prevista era de 1,9%, o que representava precisamente esse ganho de 0,6%. Com a revisão em alta da inflação, a proposta do SNQTB ajusta-se proporcionalmente, mantendo a coerência com o princípio acordado anteriormente”, salienta o sindicato.

“Apesar desta atualização fundamentada e responsável, a banca rejeitou igualmente a proposta, comprometendo de forma ativa a recuperação de rendimentos dos bancários”, acusa o SNQTB.

“Este desfecho foi também alimentado pela postura precipitada de outras estruturas sindicais, que assinaram acordos sem salvaguardas adequadas, comprometendo a capacidade de negociação futura em nome de todos os trabalhadores do setor”, acrescenta.

O SNQTB reitera, no entanto, que a situação ainda pode ser corrigida. “Num contexto em que os resultados da banca continuam a evidenciar lucros significativos, é justo e urgente reconhecer o esforço e a dedicação dos bancários”, refere a instituição liderada por Paulo Gonçalves Marcos.

O sindicato promete continuar a lutar, com responsabilidade e determinação, pela valorização dos trabalhadores do setor financeiro – incluindo os representados por estruturas sindicais que abdicaram do seu papel essencial.

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