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UBS revela que oito em cada 10 mulheres acabam a gerir sozinhas o seu património

Desde 2014, os inquéritos globais mostram uma menor satisfação feminina com os atuais gestores de património, com 67% das investidoras em todo o mundo a afirmarem que os seus gestores de património interpretaram mal os seus objetivos”, revelou a Head of Women’s Wealth at UBS GWM.
27 Junho 2025, 15h31

O UBS, que em Portugal é liderado por Carlos Santos Lima, vocacionado para a gestão de patrimónios, promoveu mais um encontro em torno da temática Women’s Wealth e contou com a presença de Emma Wheeler, head of Women’s Wealth no UBS Global Wealth Management, e Diana Chambers, consultora externa e especialista em mentoria de património familiar.

A forma como as mulheres se posicionam enquanto investidoras, o papel crescente das mulheres na liderança da grande transferência de riqueza intergeracional e a convicção de que o futuro financeiro será, cada vez mais, feminino, é o mote das duas gestoras que assumem a missão de empoderar as mulheres (clientes do UBS) na sua jornada financeira.

O QE financeiro (inteligência emocional) em oposição ao QI financeiro, foi abordado no encontro, como uma das mais valias das mulheres. Diana Chambers deu “uma definição de inteligência emocional, que seria a capacidade de gerir os nossos sentimentos e emoções perante os sentimentos e emoções de outra pessoa e, depois, se adicionar dinheiro a esta mistura como um terceiro, pode imaginar como pode realmente aumentar”. Usando a metáfora do iceberg, em que apenas 10% está a superfície e é visível, a consultora defendeu que “o nosso objetivo em trabalhar em conjunto é ajudar a convidar todos os seus clientes e as pessoas que conhecemos a tornarem-se muito mais conscientes do que está a impulsionar as suas decisões financeiras”.

Emma Wheeler revelou que “estamos perante um crescimento significativo nas nossas clientes mulheres, agora em 45% a nível global e também se verifica um crescimento significativo na receita líquida dos consultores (advisors) que formamos em comparação com os consultores que ainda não formamos. Sim, e também um crescimento significativo de dinheiro novo líquido, a que chamamos dinheiro proveniente das mulheres, e acredito que esta é a transferência de riqueza em movimento”.

“Posso dizer que pela primeira vez este ano, na crise que tivemos em março, nos mercados com as tarifas dos EUA, não vi nenhuma cliente a ter uma reação caótica”, sublinhou Carlos Santos Lima, UBS Country Head Portugal que acrescentou que “o que eu vejo é que as mulheres são muito mais ou muito mais calmas nestes momentos do que os homens”.

Independentemente se a alocação dos seus investimentos está em 60% equity e 40% bonds, ou outra percentagem de ações versus obrigações, “a alocação que terão vão manter-se nela e não entrarão em pânico em momentos cruciais”, defende o responsável do UBS.

“Temos várias mulheres a investir diretamente, temos várias mulheres a coinvestir com os seus maridos ou com os seus filhos”, disse Carlos Santos Lima.

Desde 2014, os inquéritos globais mostram uma menor satisfação feminina com os atuais gestores de património, com 67% das investidoras em todo o mundo a afirmarem que os seus gestores de património interpretaram mal os seus objetivos”, revelou a Head of Women’s Wealth at UBS GWM.

O UBS garante que a riqueza feminina está a ultrapassar a riqueza masculina em crescimento relativo, pois 35% da riqueza privada está agora nas mãos das mulheres. Há mais riqueza nas mãos das mulheres. “Prevê-se que 84,5 biliões de dólares sejam transferidos dos Baby Boomers para os Millennials entre 2021 e 2045. As mulheres devem controlar a maioria do poder financeiro”, diz Emma Wheelers.

Uma parte significativa da riqueza será transferida do marido para a mulher antes de ser transferida para a geração seguinte. “As mulheres têm maior probabilidade de transferir riqueza para a geração seguinte, dado que vivem mais tempo do que os homens, em média 4 a 5 anos. Estima-se que isto equivalerá a 9 biliões de dólares e permanecerá nas mãos das mulheres durante aproximadamente quatro anos antes de ser transferido para os filhos”, refere o UBS.

O UBS revela outro dado relevante, é que oito em cada 10 mulheres acabam a ser as únicas responsáveis ​​pelas suas finanças. Não só porque vivem em média mais cinco anos do que os homens, mas também porque quase metade dos casamentos provavelmente terminarão em divórcio.

As mulheres, em média, vivem mais tempo do que os homens, mas apresentam também taxas mais elevadas de doenças crónicas.

O banco suíço alerta que aumentar a riqueza através de investimentos é necessário, caso contrário, haverá erosão da riqueza através da inflação, dos impostos e do consumo ao longo das gerações.

“Um retorno de 7% ao longo de 10 anos pode duplicar os seus ativos”, defende o UBS. Mas “um retorno nominal de 5% será reduzido para um retorno real de 2% se houver uma inflação de 3%”.

O estudo apresentado revela ainda que em média, as mulheres recebem menos 26% de rendimentos do que os homens do sistema de segurança social dos países da OCDE. “Globalmente, prevê-se que, ao reformarem-se, as mulheres acumulem 74% da riqueza dos homens”, segundo o UBS que acrescenta que por cada 100 homens promovidos e contratados para cargos de chefia, apenas 72 mulheres são promovidas e contratadas.

A discrepância notável na remuneração entre homens e mulheres surge por volta e após a idade fértil.

Depois, 61% das mulheres reformam-se mais cedo do que o planeado, em comparação com 50% dos homens e o principal motivo para a reforma feminina é a saúde e o facto de o cônjuge mais velho se reformar.

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