Jaime Santos, professor da Universidade de Coimbra, recebeu esta sexta-feira, 27 de junho, a Bolsa Jorge de Mello – Indústria e Inovação, atribuída pela Fundação Amélia de Mello. A bolsa, no valor de 150 mil euros, reconhece projetos de investigação científica com “forte aplicabilidade industrial e elevado impacto económico e tecnológico”.
O projeto distinguido propõe uma solução inovadora para a otimização do controlo de qualidade de medicamentos injetáveis, um processo tradicionalmente dependente de análises laboratoriais demoradas, dispendiosas e ambientalmente exigentes. Designado AcousticPAT, o dispositivo utiliza tecnologia de ultrassons para avaliar, em tempo real e sem paragens nas linhas de produção, a qualidade dos produtos durante o fabrico.
O desafio ao investigador para que desenvolvesse uma solução partiu da empresa BASINNOV LIFE SCIENCES, que procurava uma abordagem mais eficiente, capaz de garantir a qualidade em tempo real, reduzindo o desperdício e os custos associados. Com patente já submetida, a tecnologia apresenta também um elevado potencial de aplicação noutras indústrias reguladas, como a alimentar e cosmética.
Candidataram-se a esta edição da Bolsa Jorge de Mello 66 propostas, tendo sido elegíveis 55. Além do vencedor foram entregues duas menções honrosas e distinguidos dois projetos finalistas.
“A adesão a esta edição da Bolsa Jorge de Mello – Indústria e Inovação superou largamente as nossas expectativas, tanto pelo número como pela qualidade das propostas recebidas. Este nível de participação confirma a relevância da iniciativa e o dinamismo do ecossistema de inovação em Portugal”, considerou Manuel Alfredo de Mello, vice-presidente da Fundação Amélia de Mello, destacando a aproximação entre ciência e tecido empresarial como o verdadeiro catalisador para a transformação da indústria nacional.
Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal, disse, por seu turno, que “a inovação com impacto económico e social nasce quando a investigação científica se inscreve no contexto real das empresas, contribuindo ativamente para a resolução de desafios científicos que são, simultaneamente, oportunidades concretas de mercado”.
“Esta Bolsa incentiva a proximidade e cocriação entre investigadores e empresas, onde novo conhecimento é transformado em soluções tecnológicas com elevado valor económico. A COTEC Portugal, em parceria com a Fundação Amélia de Mello, reforça assim o seu compromisso de elevação da competitividade das empresas nacionais através da valorização do conhecimento científico e da inovação”, adiantou o gestor da COTEC Portugal.
Paula Alves, diretora executiva do iBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, professora da Universidade NOVA e presidente do júri, apontou “a responsabilidade exigente de selecionar entre candidaturas de elevado rigor científico, com propostas sólidas e alinhadas com os desafios reais da indústria”, acrescentando que “ o projeto vencedor destacou-se não apenas pela inovação tecnológica, mas pela sua aplicabilidade concreta e potencial de escalabilidade, cumprindo plenamente o espírito da Bolsa Jorge de Mello de aliar conhecimento a impacto económico.”
A bolsa honra o legado visionário de Jorge de Mello e reforça o compromisso da Fundação Amélia de Mello com o desenvolvimento e competitividade da economia nacional.
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