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CFP destaca subida da receita do IMT apesar de isenção para jovens

A receita com o IMT cresceu 0,8% em 2024 em relação ao ano anterior, contrariando a quebra prevista no OE de 1,6%, fruto de um mercado imobiliário com uma dinâmica superior à antecipada.
9 Julho 2025, 07h00

As medidas do Governo para a habitação, nomeadamente a redução do IMT para a compra de casa por jovens, levaram a um aumento da receita arrecadada com este imposto, aponta o Conselho de Finanças Públicas (CFP), isto quando estava orçamentada uma quebra, fruto de uma dinâmica acima do esperado no mercado imobiliário.

A receita com o IMT cresceu 0,8% em 2024 quando comparada com o ano anterior, revelam os dados publicados pelo CFP esta terça-feira, o que contrariou a evolução prevista no Orçamento do Estado (OE) de uma quebra de 1,6%. Isto deveu-se uma dinâmica de mercado “mais favorável do que o antecipado”, conclui o organismo.

“Para esta evolução, terão contribuído, no final do ano, medidas como a isenção de IMT para jovens. O custo desta medida foi assumido pelo Estado, de modo a compensar os municípios pela perda de receita fiscal associada”, explica o documento publicado esta terça-feira. Ainda assim, e numa nota posterior à publicação deste relatório, a instituição esclarece que “em momento algum fez qualquer alerta sobre o impacto desta medida no preço das habitações”.

O relatório do Conselho de Finanças Públicas (CFP) sobre a evolução orçamental da administração local em 2024 aponta para um aumento do excedente, isto depois de a receita crescer 1,1 mil milhões de euros contra 900 milhões do lado da despesa. Em termos relativos, isto corresponde a crescimentos de 10% e 7,9%, respetivamente.

Do lado da receita, as transferências da administração central foram um dos motores desta evolução, subindo 17,6%, enquanto a receita própria não fiscal subiu 9,1% à boleia dos rendimentos de propriedade, vendas de bens e serviços e cobrança de taxas.

Já a receita fiscal desacelerou em relação a 2023, crescendo 2% contra os 2,6% daquele ano, mas ficando acima dos 0,2% previstos no OE. De destacar a evolução da derrama municipal do IRC, que cresceu 14,4%, “sendo responsável pelo maior contributo no acréscimo de receita fiscal dos municípios em 2024”, lê-se no relatório.

Olhando para os gastos, as variações com despesa corrente explicam mais de 90% do aumento global, subcomponente essa que subiu 9,8%. Já as despesas de capital cresceram apenas 1,9%, ficando largamente aquém da previsão de 23% de subida no ano em análise.

Contas feitas, “os orçamentos municipais para 2024 continuam a denotar uma sobreorçamentação da despesa, em particular na despesa de capital”, escreve a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral.

[notícia corrigida às 11h19 de 9/7 para incluir esclarecimento do CFP]

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