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Taxas em queda, prestações em alta? O dilema dos novos compradores de casa

As taxas de juro dos novos créditos à habitação recuaram para valores inferiores a 3%, um patamar que não era registado desde 2022. A descida acompanha a tendência de ajuste da Euribor e pode aliviar a pressão sobre os custos de financiamento das famílias.
24 Julho 2025, 10h40

As taxas de juro dos novos créditos à habitação recuaram para valores inferiores a 3%, um patamar que não era registado desde 2022. A descida acompanha a tendência de ajuste da Euribor e pode aliviar a pressão sobre os custos de financiamento das famílias.

Segundo dados analisados pelo ComparaJá, a descida das taxas poderá traduzir-se numa redução das prestações mensais para novos contratos, ainda que o impacto real dependa do montante financiado, prazo do empréstimo e perfil do mutuário.

Especialistas alertam, no entanto, que a evolução futura dependerá da política monetária do Banco Central Europeu e da estabilidade dos mercados financeiros, fatores que continuam a influenciar diretamente o custo do crédito.

Pedro Castro, Head of Operations e Especialista em Crédito Habitação no ComparaJá: “Este novo patamar poderá traduzir-se num alívio para as famílias que procuram comprar casa ou transferir os seus empréstimos, num momento em que a taxa de esforço continua a ser uma das principais barreiras ao acesso à habitação.”

A redução das taxas pode significar uma poupança relevante na prestação mensal, dependendo do valor financiado e do perfil do mutuário. Num exemplo prático, um crédito de 300 mil euros a 30 anos poderá agora implicar uma prestação inferior em várias dezenas de euros face ao início do ano.

Ainda assim, especialistas alertam para a necessidade de cautela. “Embora o recuo das taxas seja um sinal positivo, o futuro do mercado de crédito dependerá do rumo da política monetária e da evolução económica global”, refere Pedro Castro.  

O mais adequado será manter uma postura prudente, avaliando a evolução da inflação e do crescimento económico antes de avançar com novos ajustamentos, bem como comparar cuidadosamente as diferentes opções atualmente disponíveis no mercado.

A tendência poderá impulsionar a procura por crédito à habitação, que vinha registando sinais de abrandamento desde 2023, ao mesmo tempo que reaviva a discussão sobre o impacto das taxas de juro no poder de compra das famílias e na dinâmica do mercado imobiliário nacional. 

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