As empresas e particulares em Cabo Verde deverão enfrentar, no trimestre em curso, critérios de aprovação de empréstimos bancários “ligeiramente mais restritivos”.
A previsão consta do mais recente boletim de Inquérito ao Mercado de Crédito do Banco de Cabo Verde (BCV), que aponta, igualmente, para “um ligeiro aumento da procura de crédito pelas empresas e pelos particulares” no terceiro trimestre de 2025.
Recuando ao segundo trimestre, os resultados do relatório, que analisa as condições no mercado de crédito e antecipa os desenvolvimentos a curto prazo, revelam que “os critérios seguidos pelos bancos na aprovação de empréstimos tornaram-se ligeiramente mais restritivos tanto para as empresas como para os particulares (designadamente, para o crédito ao consumo e outros empréstimos)”.
“O nível de incumprimento e a perceção dos riscos quanto às perspetivas para setores de atividade específicos e aos riscos associados a empresas sem contabilidade organizada contribuíram em grande medida para o ligeiro aumento da restritividade dos critérios de aprovação de empréstimos para as empresas. Por seu turno, o nível de incumprimento e a perceção dos riscos quanto à qualidade creditícia dos consumidores justificaram o ligeiro aumento da restritividade dos critérios de aprovação de empréstimos para os particulares, em particular para o crédito ao consumo e outros empréstimos”, lê-se no documento publicado pelo BCV.
Em contraste, está o crédito à habitação, com os bancos nacionais a indicarem que seguiram critérios “ligeiramente menos restritivos” no segundo trimestre, influenciados pelas perspetivas do mercado de habitação, justificou o setor.
Do lado da procura, a síntese do inquérito trimestral ao setor bancário diz que “a procura de financiamento bancário pelas empresas diminuiu ligeiramente, enquanto a procura pelos particulares aumentou ligeiramente, em particular para aquisição de habitação e para consumo. Para outros empréstimos, a procura diminuiu ligeiramente”.
“O nível geral das taxas de juro e o recurso a fontes de financiamento alternativas, nomeadamente à geração interna de fundos e ao acesso a financiamento externo, contribuíram para a redução ligeira da procura de crédito pelas empresas.
Quanto aos clientes particulares, os bancos comerciais consultados informaram que “a procura de financiamento bancário aumentou ligeiramente, particularmente para aquisição de habitação e para consumo, o que se deveu, em grande medida, de acordo com os bancos, à confiança dos consumidores, às despesas de consumo relativas a bens duradouros, às despesas de consumo financiadas através de empréstimos garantidos por ativos imobiliários, bem como ao nível geral das taxas de juro”.
Lucros recorde no setor em 2024
O setor bancário alcançou um lucro agregado recorde de 6,1 mil milhões de escudos (55,3 milhões de euros) no ano passado, correspondente a um crescimento acima de 16%, em termos homólogos, segundo as tabelas de Indicadores do Sistema Bancário do BCV.
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