A sociedade de advogados J+Legal prestou assessoria à gestora de fundos MCH Private Equity, que detém a Iberian Premium Fruits (IPF), na compra distressed do Grupo Vale da Rosa.
Em causa está uma operação de controlo conjunto sobre o grupo português pelas empresas espanholas IPF e SanLucar Fruit, que recebeu ‘luz verde’ da Autoridade da Concorrência (AdC) no início de julho.
José Diogo Horta Osório e Rui Bello da Silva coordenaram a equipa jurídica da J+Legal que acompanhou a transação em todas as fases do processo, “desde o desenho estratégico do plano de turnaround até ao acompanhamento dos processos especiais de revitalização, passando pela negociação com os credores e pela estruturação e negociação do acordo parassocial celebrado entre os investidores e a família fundadora do Grupo Vale da Rosa”.
Os advogados do escritório português trabalharam em estreita colaboração com a sociedade espanhola Anaford. Do lado do Grupo Vale da Rosa esteve uma equipa da Uría Menéndez.
A IPF, detida pela MCH Private Equity, dedica-se sobretudo à produção e distribuição de citrinos premium e outras categorias de fruta, estando presente em Espanha e na África do Sul. A SanLucar, por sua vez, é uma empresa espanhola com atividade na produção e distribuição de fruta fresca em diversas categorias, incluindo uvas, citrinos, morangos e frutos de caroço, com presença em mercados europeus e ainda na Tunísia, África do Sul e Equador. Já o Grupo Vale da Rosa, com sede em Portugal, é reconhecido pela sua produção e comercialização grossista de uvas de mesa sem grainha premium, sob a marca Vale da Rosa.
Segundo José Diogo Horta Osório, sócio responsável pela área de prática de M&A, a transação envolveu “alguma complexidade, pois articula soluções financeiras criativas a um processo de revitalização de um produtor nacional importante, e que envolveu também uma negociação exigente com credores, por forma a juntar investidores de referência neste setor agroalimentar num projeto com características inovadoras e que vem reforçara competitividade de um produtor nacional emblemático”.
Por sua vez, Rui Bello da Silva, associado sénior, diz que a operação assessorada pela J+Legal é um exemplo de “como soluções financeiras estruturadas podem desempenhar um papel determinante na revitalização de empresas nacionais de referência”. “Ao mesmo tempo, abre espaço para novos modelos de investimento no setor agroalimentar, reforçando a sua competitividade e contribuindo para a consolidação de Portugal como um mercado atrativo para projetos inovadores e investimento estrangeiro”, analisou.
De acordo com o regulador, a operação insere-se no contexto de um processo de reestruturação do Grupo VdR, no âmbito do qual está prevista a constituição de uma nova sociedade que, juntamente com a Uval, passará a ser responsável pela produção de uvas que serão vendidas à VdR, passando esta última sociedade a ser responsável pelo processamento, embalagem e comercialização grossista das uvas.
A IPF e a SanLucar passam a deter, respetivamente, 55,25% e 29,75% do capital da Vale da Rosa, enquanto a nova sociedade e a Uval serão detidas a 100% pela VdR.
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