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Hungria segue Trump e declara movimento Antifa uma organização terrorista

Em declarações à rádio pública Kossuth, Orbán justificou a medida referindo a “crescente violência” na vida pública e política, sublinhando que “o Governo deve ser aquele que demonstra que a Hungria quer ser uma ilha de paz num mundo cada vez mais agressivo”.
26 Setembro 2025, 09h54

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou hoje que a sua administração declarou o movimento antifascista Antifa uma organização terrorista, seguindo os passos do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Em declarações à rádio pública Kossuth, Orbán justificou a medida referindo a “crescente violência” na vida pública e política, sublinhando que “o Governo deve ser aquele que demonstra que a Hungria quer ser uma ilha de paz num mundo cada vez mais agressivo”.

Há nove dias, Donald Trump anunciou a designação da Antifa como uma “grande organização terrorista” após o assassínio do ativista ultraconservador Charlie Kirk, a 10 de setembro.

Em 19 de setembro, o primeiro-ministro húngaro já tinha anunciado que ia propor a designação do movimento antifascista Antifa como uma “organização terrorista”.

“Acolhi com satisfação a decisão do Presidente norte-americano e vou propor que façamos o mesmo aqui na Hungria”, explicou Orbán no seu discurso na rádio pública Kossuth.

Na altura, Orbán mencionou o caso da ativista italiana Ilaria Salis, que em 2023 foi presa e acusada na Hungria por atacar participantes de uma marcha neonazi.

No seu discurso de hoje, o primeiro-ministro fez uma referência geral ao aumento da violência em todo o mundo devido à imigração e à situação económica.

Orbán disse hoje que o Governo vai compilar uma lista nacional de organizações e pessoas que acredita fazerem parte da Antifa.

A Antifa é um movimento social internacional que inclui grupos que se opõem ao fascismo, ao racismo, ao antissemitismo, ao nacionalismo étnico e às ideologias de extrema-direita.

Reúne uma grande variedade de grupos ativistas, alguns pacifistas e outros mais violentos.

Os especialistas jurídicos húngaros estão céticos quanto a uma possível designação como “organização terrorista”, uma vez que a Antifa não tem líderes, membros ou estrutura, mas sim um conjunto disperso de grupos e ideias antifascistas que operam de forma descentralizada e autónoma.

Na semana passada, a Hungria solicitou à Comissão Europeia que declarasse a Antifa uma “organização terrorista”.


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