Lisboa é a autarquia do país com mais queixas dos munícipes

Das mais de 7.400 reclamações registadas contra autarquias nos últimos quatro anos, a Câmara Municipal de Lisboa (22,54%) é a que maior número de queixas reúne, concluiu uma análise do Portal da Queixa. Seguem-se depois as câmaras de Almada (8,96%), Loures (4,46%), Vila Nova de Gaia (3,68%),  Seixal (3,18%), Cascais (3,16%), Sintra (2,98%), Porto (2,54%), Matosinhos (2,20%) e Sesimbra (2,06%).

As reclamações em análise foram feitas entre outubro de 2021 (pouco depois das autárquicas de 26 de setembro) e 30 de setembro deste ano (menos de duas semanas das eleições).

O tema mais mencionado nas queixas foi a falta de segurança (47,46%), seguindo-se a má qualidade serviços municipais, que reuniu 27,48% das reclamações. Estas queixas dão conta de falhas no atendimento, demora na resolução de problemas, falta de transparência e incumprimento de horários.

Problemas com a higiene urbana, em que os munícipes se queixam do lixo acumulado na cidade, a falta de manutenção dos espaços públicos e limpeza urbana correspondem a 12,34% das reclamações feitas. Os problemas relacionados com habitação motivaram 3,34% das queixas e a falta de acessibilidades 3%.

Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa afirma que os dados “refletem um desfasamento entre as expectativas dos cidadãos e a capacidade de resposta de muitas autarquias do país” e que “a elevada percentagem de queixas relacionadas com a segurança indica que há falhas estruturais que impactam diretamente a qualidade de vida nas cidades”.

Mas nem tudo é insatisfação. Apesar das reclamações, o estudo do Portal da Queixa também destaca municípios com os índices de satisfação mais elevados, com base nos indicadores de performance de resolução e resposta das autarquias aos seus munícipes. A Câmara Municipal de Sesimbra lidera a lista com 85 pontos (em 100), seguida da Nazaré (83,4), Alcochete (82,5), Tavira (81,9) e Matosinhos (80,6).

Estes casos, comenta o fundador do Portal da Queixa, “provam que é possível criar modelos de gestão mais próximos, eficientes e transparentes. O desafio é transformar estes casos de sucesso em referências para todo o país”.