[weglot_switcher]

Médio Oriente: Ventura acusa Mortágua de vitimização e critica Governo por receber ativistas

Em declarações aos jornalistas na Moita, distrito de Setúbal, antes de uma ação de campanha autárquica, o presidente do Chega afirmou que Mariana Mortágua “quis colocar-se numa situação de vitimização perante o país” e considerou que “não correu muito bem, pelo menos a avaliar pela reação que veio das pessoas, de grande indignação”. 
RUI MINDERICO/LUSA
6 Outubro 2025, 13h11

 O presidente do Chega, André Ventura, acusou hoje a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, de vitimização, e criticou o Governo por ter ido receber os ativistas que integraram a flotilha humanitária Global Sumud.

Em declarações aos jornalistas na Moita, distrito de Setúbal, antes de uma ação de campanha autárquica, o presidente do Chega afirmou que Mariana Mortágua “quis colocar-se numa situação de vitimização perante o país” e considerou que “não correu muito bem, pelo menos a avaliar pela reação que veio das pessoas, de grande indignação”.

André Ventura acusou também a bloquista de querer “criar um número, a não sei quantos milhares de quilómetros daqui, quando o país tem sérias dificuldades”.

“Eu acredito que em Gaza haja insegurança, que em Gaza haja falta de alimentos, que em Gaza haja pessoas que estão a passar mal. Mas é que aqui em Setúbal também, aqui na Moita também, em Lisboa também, em Sintra também, no Porto também, no Algarve também, no Alentejo também. A Mariana Mortágua é deputada da nação, não é deputada palestiniana”, defendeu.

O presidente do Chega criticou também que os quatro ativistas que integraram a flotilha humanitária Global Sumud tenham sido recebidos pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, na chegada a Lisboa, depois de terem sido detidos por Israel.

“Mais ridículo ainda, se se pode juntar a isso tudo, é depois de uma palhaçada destas, nós temos o secretário de Estado a ir para o aeroporto para receber estas pessoas. Só nos falta mesmo, só nos falta mesmo, um dia irmos receber terroristas ao aeroporto ou à estação de Santa Apolónia. Só falta isso. Tipos da ETA, tipos do Hamas no barco, e nós mandamos para lá um membro do governo”, criticou.

Em representação do Governo, os ativistas foram recebidos à chegada ao aeroporto, no domingo, pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa.

O líder do Chega acusou ainda a coordenadora do BE de “estar ao lado de terroristas, e estar ao lado de pessoas que desde sempre não gostam da democracia”.

André Ventura considerou que a receção dos ativistas por parte de centenas de apoiantes no aeroporto de Lisboa, no domingo à noite, foi “uma palhaçada feita por quem não deve ter muito o que fazer”.

“Uma palhaçada, um disparate de alguém que virou as costas à luta, virou as costas ao país e junta um conjunto de radicais, de pessoas que acham que não é importante lutar pelas pensões, pelos impostos, pela segurança em Portugal, mas é importante lutar pela segurança em Gaza e pelos impostos em Gaza. Quem paga o salário à Mariana Mortágua, não são os habitantes de Gaza, são os habitantes aqui deste país”, defendeu.

E considerou que os políticos têm de “resolver os problemas deste país antes de resolver os dos outros”.

“O que eu gostava era de ter visto a Mariana Mortágua aqui, a lutar pelas mesmas causas que disse lutar lá, da falta de alimentos, da insegurança, da criminalidade, dos abusos, mas gostava de ver aqui em Portugal”, afirmou, dizendo desconhecer “se foi melhor tratada ou mal tratada, ou se podia ter sido melhor tratada” em Israel.

“Era isto que eu gostava de ver os ativistas fazer. Em vez de andarem a destruir a estação do Rossio e a destruir os nossos transportes, gostava de os ver a lutar pela saúde do país, a lutar por termos médicos, por termos enfermeiros, por termos condições de saúde”, exemplificou.

O líder do Chega insistiu que Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves “foram meter-se numa zona de guerra por sua própria vontade”, e disse esperar que o “Estado português não tenha gasto um cêntimo” com o seu regresso.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.