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Procura por crédito habitação cresce mostrando confiança no mercado

A Euribor a 12 meses estabiliza e reforça o seu peso nos novos créditos à habitação, refletindo maior confiança e previsibilidade no mercado.
7 Outubro 2025, 09h47

O mercado do crédito à habitação registou uma recuperação sólida no terceiro trimestre de 2025, com o montante médio dos novos empréstimos a atingir, em setembro, o valor mais elevado do ano: 202.477 euros.

Segundo dados do Banco de Portugal, este montante representa uma subida de cerca de 4% face ao trimestre anterior (abril a junho), quando a média se situava em torno dos 185 mil euros. A tendência confirma um movimento de valorização do mercado, apoiado pela estabilização das taxas de juro e pela ligeira melhoria do poder de compra das famílias.

Em termos anuais, o crescimento é ainda mais expressivo. Em agosto e setembro de 2024, os valores médios rondavam 152.800 euros e 167.100 euros, respetivamente, o que representa um aumento superior a 20% num ano. Este salto reflete não apenas a recuperação da procura por habitação, mas também a adaptação gradual das famílias ao novo contexto de crédito, após o pico da Euribor em 2024.

No que toca aos prazos médios dos contratos, verificou-se alguma oscilação ao longo do trimestre: 30 anos em agosto, 32 em julho e 33 em setembro. Esta variação indica uma tendência para o alargamento dos prazos, sinal de que muitas famílias procuram equilibrar a subida dos montantes financiados com prestações mais suportáveis.

Para Pedro Castro, Head of Operations de Crédito Habitação no ComparaJá.pt, o comportamento recente do mercado reflete um equilíbrio delicado entre confiança e cautela:

“Os consumidores estão a voltar ao mercado com mais confiança, mas continuam atentos à estabilidade das taxas e à evolução dos preços das casas. O aumento do montante médio mostra uma recuperação da capacidade de endividamento, mas também o desafio de manter o acesso à habitação num contexto de preços historicamente elevados.”

A tendência de subida do montante médio é, assim, um indicador de que o mercado de crédito à habitação recupera dinamismo após dois anos de ajustamento. No entanto, especialistas alertam que a evolução dependerá fortemente da trajetória da política monetária europeia e da capacidade do setor bancário em manter condições competitivas para os novos mutuários.

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