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Taxa de juro diretora em Moçambique cai para 9,5% após 11 cortes consecutivos

“Esta modesta redução reflete o agravamento dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação, com destaque para o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado. As perspetivas da inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo. Em outubro de 2025, a inflação anual fixou-se em 4,8% após 4,9% em setembro”, anunciou o governador do banco central, Rogério Zandamela, em declarações aos jornalistas, em Maputo, após a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).
14 Novembro 2025, 15h20

O Banco de Moçambique cortou hoje, pela 11.ª vez consecutiva, a taxa de juro de política monetária MIMO, em 0,25 pontos percentuais, para 9,5%, apesar da preocupação com atrasos no pagamento de dívida pública.

“Esta modesta redução reflete o agravamento dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação, com destaque para o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado. As perspetivas da inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo. Em outubro de 2025, a inflação anual fixou-se em 4,8% após 4,9% em setembro”, anunciou o governador do banco central, Rogério Zandamela, em declarações aos jornalistas, em Maputo, após a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).

A taxa de juro diretora em Moçambique esteve fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%. Em março do ano passado o Banco de Moçambique cortou para 15,75%, que se foram repetindo em todas as reuniões seguintes, até chegar a 9,75% em setembro e agora para 9,5%.

Na sua intervenção, Zandamela alertou que o “endividamento público interno continua a agravar-se”, com “impacto no funcionamento normal do mercado financeiro”.

“A dívida pública interna, incluindo os contratos de mútuo e de locação, e as responsabilidades em mora situam-se em 465,8 mil milhões de meticais [6.259 milhões de euros], o que representa um aumento de 50,3 mil milhões em relação [675 milhões de euros] a dezembro de 2024. O atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado está a resultar na redução da apetência por títulos públicos e na rigidez das taxas de juros do mercado interbancário”, apontou Zandamela.

Daí que, disse, “os riscos e incertezas associados às projeções da inflação mantêm-se elevados”: “No médio prazo, para além dos riscos e incertezas associados aos efeitos dos choques climáticos e a lentidão na reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços na economia, destaca-se o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado. Neste contexto, o CPMO reafirma o seu compromisso de prosseguir com uma política monetária prudente e orientada para a estabilidade macroeconómica”.

O mesmo responsável acrescentou que, por isso, “em face do agravamento dos riscos e incertezas”, a postura da política monetária estará “doravante condicionada a avaliação de riscos e incertezas subjacentes às projeções da inflação”.

O CPMO reúne-se a cada dois meses e a próxima está agendada para 28 de janeiro de 2026.


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