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Relações com Japão devem respeitar “a dignidade” da China, diz líder de Hong Kong

A relação com o Japão “deve estar alinhada com a dignidade da nação e com os benefícios dos habitantes de Hong Kong”, disse John Lee Ka-chiu aos jornalistas.
China Hong Kong
7 – Hong Kong
24 Novembro 2025, 07h50

O líder do Governo de Hong Kong disse hoje que os laços com o Japão devem respeitar “a dignidade” da China, mas recusou confirmar o corte de relações com o consulado-geral japonês na região.

A relação com o Japão “deve estar alinhada com a dignidade da nação e com os benefícios dos habitantes de Hong Kong”, disse John Lee Ka-chiu aos jornalistas.

Horas antes, a imprensa japonesa avançou que Hong Kong tinha ordenado, no domingo, o corte imediato das relações oficiais com o consulado-geral do Japão e cancelou um programa de intercâmbio de estudantes, face ao agravamento da disputa diplomática sino-nipónica devido a Taiwan.

John Lee não confirmou o corte de relações, mas admitiu que “as declarações extremamente erradas” da primeira-ministra japonesa “deterioraram gravemente o clima para os intercâmbios entre a China e o Japão”.

Em 07 de novembro, Sanae Takaichi disse que Tóquio poderia recorrer à força se Pequim tentasse ocupar ou bloquear Taiwan, algo que o Governo chinês classificou de “interferência intolerável”.

“Estas palavras feriram profundamente os sentimentos do povo chinês e põem em causa a ordem internacional do pós-guerra. Nenhum chinês as pode aceitar”, afirmou John Lee.

“Isto faz-nos duvidar da eficácia de muitos intercâmbios. Vamos acompanhar de perto o desenvolvimento”, disse o chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa.

O gabinete de Educação de Hong Kong anunciou a retirada de 18 estudantes e professores do programa JENESYS, uma iniciativa lançada por Tóquio em 2007 e na qual a antiga colónia britânica participava desde 2008.

A viagem, que deveria acontecer entre 07 a 13 de dezembro, incluía aulas em escolas japonesas, alojamento com famílias japonesas e visitas a locais históricos.

“Depois de avaliar o aumento de incidentes contra cidadãos chineses e de dar prioridade à segurança dos estudantes e professores, foi decidido não participar”, declarou o organismo.

Hong Kong suspendeu também, por tempo indeterminado, um fórum empresarial previsto para 18 de novembro sob a égide da agência governamental Invest Hong Kong, depois de as autoridades locais proibirem a presença de pessoal consular japonês.

Foi igualmente cancelada uma reunião de alto nível sobre cooperação económica prevista para o início de dezembro com o cônsul-geral japonês.

A suspensão dos contactos está alinhada com a política estabelecida por Pequim, que desaconselhou, no dia 15 de outubro, viagens não essenciais ao Japão devido à “deterioração contínua” da segurança pública. Poucos dias depois, as autoridades de Macau e Hong Kong seguirem o mesmo exemplo.

Várias companhias aéreas da China continental, Hong Kong e Macau estão a oferecer reembolsos totais ou a troca gratuita de bilhetes em voos para o Japão.

As agências de viagens locais estão a registar quedas de 20% a 30% nas consultas para destinos japoneses.


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