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Mercados: Raymond James reafirma otimismo para 2026 e acredita que setor tecnológico continua com perspetiva “forte”

“Mantemos uma perspetiva positiva para o setor tecnológico – juntamente com o setor industrial, que desempenha um papel fundamental no apoio à expansão dos data centers (centros de dados) – dada a durabilidade e o potencial transformador da megatendência da inteligência artificial”, refere a empresa de serviços financeiros Raymond James.
bolsa bolsas bolsa de Lisboa
24 Novembro 2025, 10h33

A empresa de serviços financeiros Raymond James considera que no que diz respeito aos mercados financeiros existem “motivos para otimismo” em 2026, defendendo também que apesar das manchetes “especularam frequentemente” sobre uma bolha na área da inteligência artificial (IA), a organização acredita que a perspetiva a longo prazo para o setor tecnológico “continua forte”.

Ainda sobre o tema [tecnologia] a Raymond James sublinha que a volatilidade periódica é uma “parte normal” de qualquer ciclo de inovação e “dificilmente afetará” a “visão construtiva” que a empresa financeira possui sobre as ações.

“Mantemos uma perspetiva positiva para o setor tecnológico – juntamente com o setor industrial, que desempenha um papel fundamental no apoio à expansão dos data centers (centros de dados) – dada a durabilidade e o potencial transformador da megatendência da inteligência artificial”, refere a Raymond James.

A par disto a Raymond James acabou por divulgar uma lista de aspetos económicos pelos quais está grato em 2025, numa altura em que nos aproximamos do dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos.

Na lista está a recuperação das bolsas despois do Dia da Libertação, ocorrido em abril, altura em que os Estados Unods anunciaram tarifas a vários parceiros comerciais, levando a que os mercados apresentassem quebras.

“Após um início de ano volátil, os mercados bolsistas apresentaram uma recuperação impressionante. Desde os mínimos de abril, quando a turbulência da guerra comercial e os receios de recessão atingiram o pico, o S&P 500 [índice bolsista norte-americano] subiu 38%, marcando um dos maiores máximos em seis meses da história – antes da recente correção. Se o S&P 500 recuperar o ímpeto no final do ano, poderemos assistir a um raro tricampeonato – três anos consecutivos com retornos acima dos 20%, um feito alcançado pela última vez durante o mercado em alta de 1995-1999″, salienta a Raymond James.

Na lista está ainda o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano na ordem dos 2%. “O Dia da Libertação (2 de abril) pode ter gerado receios de recessão, mas o crescimento económico revelou-se resiliente, terminando provavelmente o ano pouco abaixo dos 2%. As tarifas, inicialmente vistas como uma grande ameaça para as empresas americanas, revelaram-se menos prejudiciais do que o esperado. Entretanto, um salto tecnológico revolucionário – a inteligência artificial (IA) – ajudou a impulsionar a economia”, defende a empresa de serviços financeiros.

É ainda destacado na lista os três anos de alta do atual mercado levando a que o S&P 500 registe, nesse período temporal, uma “impressionante subida” de 83% desde o seu início.

“Embora as oscilações bruscas do mercado e as preocupações com o crescimento pudessem ter destabilizado a situação, os lucros recuperaram rapidamente após uma breve queda, à medida que a economia evitou uma recessão. A boa notícia: os lucros continuam a subir. Com fundamentos sólidos e expectativas de uma atividade económica mais forte no próximo ano, a perspetiva continua positiva para que o mercado em alta continue no quarto ano”, perspetiva a Raymond James.

A Raymond James coloca também na sua lista o primeiro recorde para small caps em quatro anos. “As small caps não tinham acompanhado outros grandes índices bolsistas norte-americanos na conquista de múltiplos novos recordes desde o início do mercado em alta. No entanto, isso mudou no final de setembro, quando finalmente romperam essa tendência, com o Russell 2000 a atingir o seu primeiro recorde histórico em quatro anos. O catalisador: as esperanças de cortes nas taxas de juro da Reserva Federal norte-americana (Fed) e as avaliações consideradas vantajosas revelaram-se irresistíveis”, salientou a empresa de serviços financeiros.

Na lista entra também os preços do petróleo abaixo dos 60 dólares por barril. “Um aumento quase recorde da oferta e a fraca procura, particularmente na China, têm sido os principais fatores que impulsionaram a queda dos preços do petróleo no acumulado do ano”, salienta a Raymond James.

“Os preços do petróleo (WTI) negoceiam agora abaixo dos 60 dólares por barril, abaixo do pico de 80 dólares no início do ano. Isto é importante, uma vez que a queda dos preços da gasolina está a proporcionar aos consumidores um alívio bem-vindo nas suas despesas diárias. Com a média nacional dos preços da gasolina prestes a cair abaixo dos três dólares por galão, a história sugere que isto pode impulsionar a confiança dos consumidores”, afirma a organização.

A isto junta-se também os sete setores do S&P 500 [de um total de 11] que conseguiram atingir máximos históricos. “Embora os títulos destaquem frequentemente as ações tecnológicas a atingir novos máximos e a estreiteza do mercado, a força tem sido generalizada em todo o S&P 500 este ano”, sublinha a Raymond James.

“Entretanto, estamos de olho no setor da saúde, uma vez que o seu ganho de 8,75% no acumulado do trimestre o impulsionou a uma distância considerável (~3,7%) de se tornar o oitavo”, refere a Raymond James.

Na lista da organização está também os financiamentos imobiliários com juros até 8%. “A forte subida das taxas hipotecárias desde os mínimos da era da covid-19 tem sido um obstáculo para o setor imobiliário. Felizmente, as taxas de hipoteca fixa a 30 anos caíram quase 2% desde o pico de 2023 e rondam agora os 6,3%. Esta queda deverá ajudar a estabilizar o lento mercado imobiliário e a melhorar a acessibilidade para potenciais compradores”, diz a empresa.

A Raymond James inclui ainda na sua lista os nove biliões de dólares em riqueza adicional para as famílias. “Os fortes ganhos em ações, obrigações e (em menor medida) nos preços dos imóveis impulsionaram significativamente a riqueza das famílias este ano”, destaca a empresa.

As estimativas da Raymond James indicam que estes ganhos acrescentaram aproximadamente nove biliões de dólares à riqueza agregada, “superando” os níveis recorde anteriores. “Este aumento sustentou o consumo em 2025 e provavelmente proporcionará um impulso adicional em 2026”, perspetiva a empresa de serviços financeiros.

Ainda na lista está a inclusão dos dez setores do S&P 500 que estão a registar ganhos acumulados no ano. “O desempenho das ações tecnológicas de grande capitalização continua a ser destaque nas manchetes, mas os ganhos estenderam-se muito para além do setor tecnológico. De facto, dez dos onze sectores do S&P 500 estão a registar ganhos acumulados no ano, com o sector do consumo discricionário prestes a tornar-se positivo. Notavelmente, se todos os onze sectores terminarem o ano no verde, será a primeira vez desde 2021 – um ano definido pela reabertura económica pós-Covid”, sublinha a Raymond James.


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