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“Precisamos de um Tesouro comum”, afirma presidente da Comissão Europeia

Jean Claude-Junker, abordou, no Fórum do BCE em Sintra, o futuro da construção do projeto europeu. Tal como Mario Draghi, falou sobre a importância a conclusão da união bancária para o aprofundamento da União Económica e Monetária. É preciso um “tesouro comum”, disse. Sobre a zona euro, revelou que será alargada “nos próximos anos”.
Christian Hartmann/Reuters
19 Junho 2019, 11h55

Duas décadas após a sua criação, o euro tornou-se “na segunda moeda mundial”, disse Jean-Claude Juncker. O futuro da construção do projeto europeu marcou a parte final do discurso de presidente da Comissão Europeia esta quarta-feira, no último dia de trabalhos do Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra.

Juncker termina o mandato em outubro e quem lhe suceder, vai liderar a Comissão numa altura em que “as nossas economias europeias estão a crescer”, com o “povo da União Europeia (UE) a sentir a diferença”. “Mas ainda há trabalho a fazer”, disse.

Em linha com o discurso de Mario Draghi, presidente do BCE na véspera, o futuro do projeto europeu passa, em primeira linha, pela conclusão da União Económica e Monetária (UEM), realçou Juncker.

“Eu sei que é preciso concluir a UEM para suportar a nossa moeda única a aportar mais valor para a economia real”, referiu o presidente da Comissão. “Mas o BCE não o pode fazer sozinho”, revelou, numa alusão à concertação entre as instituições da UE para o futuro do projeto europeu.

A conclusão da união bancária assume particular importância no projeto de construção da UEM, que “está robusta como nunca antes”, disse Juncker. “Mas o fundo de garantia de depósitos é necessário para concluir a união bancária”, salientou, sendo ainda necessárias “regras fiscais mais simples”, assim como a estabilização da zona euro.

O próximo passo para UEM – e para a união bancária – será marcado pelo reforço das competências do banco central para a Europa. “Precisamos de estabelecer um Tesouro comum para construir um Euro enquanto um ativo seguro ao longo do tempo”, frisou o presidente da Comissão.

No contexto financeiro, o caminho para a contínua construção europeia já foi delineado e já começou a surtir efeitos. “O BCE (…) ajudou a reduzir os créditos não-performantes para níveis pré-crise e reforçou as almofadas de capital dos bancos europeus em mais de 234 mil milhões de euros desde 2014”, referiu Juncker. “Assim, e com a união dos mercados de capitais, estamos a tornar mais fácil para as empresas obterem o crédito de que precisam”, salientou.

Zona euro será alargada nos próximos anos

Não revelou nem quantos, nem quando, mas Jean-Claude Juncker disse que “nos próximos anos, mais Estados-membros vão integrar a zona euro”, num momento em que um Brexit sem acordo é cada vez mais provável.

O presidente da Comissão Europeia falava a propósito da força económica da UE, que sentirá impacto do Brexit, mas que poderá recuperar com o alargamento da zona euro.

“O euro é atualmente a segunda moeda mundial”, começou por dizer. “Sem o Reino Unido, as economias da zona euro representam 85% do PIB da UE. Mas mais membros vão integrar a zona euro nos próximos anos”, revelou.

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