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Powell: “É cedo demais para falar sobre uma saída do programa de compra de ativos”

O presidente da Reserva Federal sublinhou que o foco permanece no apoio à recuperação da economia, que tem abrandado nos últimos meses. “Há pessoas que perderam os empregos e é essencial conseguirmos colocá-los a trabalhar de novo o mais rapidamente possível”.
28 Janeiro 2021, 08h00

A Reserva Federal (Fed) norte-americana está totalmente concentrada em apoiar a economia recuperar do impacto da pandemia de Covid-19 e vê a discussão sobre a retirada de estímulos monetários, nomeadamente o programa de compra de ativos, como prematura, afirmou quarta-feira Jerome Powell, presidente da instituição, sublinhando que o banco central irá demonstrar paciência pois acredita que a subida na inflação deverá ser ligeira e curta.

A questão do tapering, ou seja, a redução gradual do ritmo de compra de ativos, tem estado em debate este mês, com o aumento das expectativas sobre a inflação (devido à possibilidade de um Senado agora controlado pelos democratas vir a apoiar mais estímulos orçamentais e também de uma reabertura da economia com a vacinação eficaz) a levar alguns membros do Federal Open Market Committee (FOMC) a abordar a possibilidade.

“Em termos de tapering, é simplesmente prematuro. Acabamos [em dezembro] de criar o guidance sobre o programa de compra e dissemos que gostaríamos de ver progresso substancial em direção aos nossos objetivos antes de modificar a nossa orientação”, referiu. “É simplesmente cedo demais para estar a falar de datas”.

“Estamos focados em terminar a tarefa que estamos a fazer, que é de apoiar a economia. Há pessoas que perderam os empregos e é essencial conseguirmos colocá-los a trabalhar de novo mais rapidamente possível. É esse o nosso foco primário agora. É cedo demais estarmos a preocupar-nos com o tapering agora”, vincou.

A Fed manteve inalterada a taxa de juro diretora em 0%-0,25% e o programa de compra de ativos a um ritmo de 120 mil milhões de dólares por mês, mas alertou que a recuperação económica abrandou nos últimos meses, com a fraqueza concentrada nos setores mais afetados pela pandemia.

Em relação à inflação, Powell referiu que a Fed mede a inflação dos últimos 12 meses e à medida que chegamos a um ano depois da leitura muita baixa da inflação em março e abril do ano passado, essa medida irá acelerar umas décimas. “São os chamados efeitos base e isso é transitório e irá passar”.

O chairman da Fed admitiu que à medida que a economia reabrir poderá haver um aumento do consumo porque as pessoas irão estar entusiasmada com a possibilidade de a pandemia esta potencialmente a terminar, o que poderá criar pressão ascendente na inflação. No, entanto, esse também deverá ser um fenómeno temporário e reduzido.

“Portanto a forma de reagir irá ser paciente. Esperar e ver, sem reagir a efeitos pequenos e temporários na inflação”, sublinhou.

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