Mais de metade dos pilotos de avião a nível mundial não estão a conduzir aeronaves devido à queda na procura resultante da pandemia de Covid-19, de acordo com um estudo ao qual a “Reuters” teve acesso, realizado pela GOOSE Recruitment em conjunto com a companhia britânica Flight Global.
O estudo divulgado esta quinta-feira, dia 28 de janeiro, que contempla 2.600 pilotos, revela que apenas 43% estão a fazer o trabalho para o qual haviam treinado, 30% estão desempregados, 17% apenas licenciados e 10% encontram-se a desempenhar funções não-aéreas.
Dos pilotos que ainda estão a voar, a maioria enfrenta condições de trabalho deterioradas. A Cathay Pacific Airways de Hong Kong, por exemplo, aplicou cortes salariais permanentes de até 58%, e a Turkish Airways e a Singapore Airlines reduziram temporariamente os salários.
“Podemos ver o efeito que a pandemia teve sobre os pilotos empregados também”, disse o fundador e diretor executivo da GOOSE Recruitment, Mark Charman, através de um comunicado. “Um grande número de pessoas está sente-se inseguro em relação aos seus posto de trabalho, um número cada vez maior planeia procurar novos cargos este ano, bem como muitos que se sentem menos valorizados pelos seus empregadores”.
Para os pilotos desempregados consultados no estudo, 84% disseram que era devido à pandemia. Antes da chegada da Covid-19, havia uma escassez generalizada de pilotos, o que aumentou a procura destes profissionais e levou à melhoria dos salários e das condições.
No momento atual, 82% dos pilotos desempregados aceitariam um corte no pagamento em troca de uma nova oportunidade, revela o estudo.
Para aqueles que mantiveram os seus empregos, os pilotos na Europa revelaram ser os mais stressados pela Covid-19, com os entrevistados a citarem o risco de ficarem infetados, regras desarticuladas e a possibilidade de serem colocados em quarentena.
Adicionalmente, 40% dos pilotos disseram que a sua saúde mental foi afetada pela pandemia, sendo o número mais alto entre os pilotos mais jovens. “A quantidade de stress e ansiedade que a pandemia me causou deixou uma cicatriz permanente na minha perspetiva de vida”, disse um dos pilotos entrevistados.
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